Dentre tantas as incertezas desses agitados dias de novembro, Brasília vive o dilema de uma cidade que encontra-se e vai continuar de costas para o Brasil.
Em meados dos anos oitenta, o compositor mineiro Fernando Brant (1946 — 2015) escreveu o poema musicado por Milton Nascimento chamado “Notícias do Brasil”: “A novidade é que o Brasil não é só litoral. É muito mais é muito mais que qualquer Zona Sul.
Tem gente boa espalhada por esse Brasil. Que vai fazer desse lugar um bom país”.
Ocorre que as autoridades continuam pensando curto, com prazo de validade desses pensamentos praticamente vencido. Era mais que esperado que a covid-19, que já matou mais de 170 mil brasileiros, tivesse uma onda de repique, e voltasse com toda carga, mas o que fizeram as autoridades? Cara de paisagem. Continuaram de costas para o país.
Agora, quando o mundo todo dá voltas para encontrar alternativas de gerar emprego, ainda que nas dificuldades da pandemia, no Brasil a incerteza ronda os lares dos mais pobres, com a mesma rapidez com que o calendário se aproxima do fim do ano e o auxílio emergencial será apenas uma lembrança.
O ministro Paulo Guedes uma hora anuncia a prorrogação do benefício outra diz que a retomada da economia “vai ser tão intensa que os trabalhadores nem vão se lembrar do auxílio emergencial”.
De concreto nem a economia dá sinais robustos de crescimento nem o governo despeja na sociedade uma gota de esperança.
E assim, o auxílio emergencial tende a chegar ao fim sem que a emergência de quem está desempregado tenha dado trégua.
Pense nisso!
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