OPINIÃO

Bastava Pazuello ir a um hospital público para ver com os próprios olhos a falência generalizada

Leia a opinião de Romoaldo de Souza

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JC

Publicado em 12/03/2021 às 6:59 | Atualizado em 12/03/2021 às 7:12
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No livro O Príncipe, o filósofo italiano, Nicolau Maquiavel (1469 — 1527) escreve que “Quem está à frente de um principado e não se da conta dos males quando eles surgem não é realmente [um] sábio”.

No dia em que o país registra um ano de pandemia da covid-19, o mundo se alarma com 272.889 óbitos no Brasil, enquanto o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, reconheceu o impacto no Sistema Único de Saúde, embora tenha negado que o SUS tenha chegado ao limite, “mas não colapsou nem vai colapsar”.

Evoco, aqui, o sábio dicionarista alagoano, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1910 — 1989) que nos ensina que “colapso [é] substantivo masculino. Falência de função, de força ou de estado geral; esgotamento”.

Nem precisa sua excelência, o general de três vistosas estrelas brilhando em seus ombros, ir longe, não. Bastava ele pegar um veículo preto, com placas especiais, que está à sua disposição 24 horas por dia, pedir ao ajudante de ordens para levá-lo ao Hospital Regional de Sobradinho (DF), distante 24km da sede do Ministério da Saúde, e ele viria, com os próprios olhos, o que é um hospital em estado de falência generalizada.

Como nos ensina o filósofo renascentista: a sabedoria é para poucos.

Pense nisso!

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