OPINIÃO

Ou Paulo Guedes corta as emendas parlamentares ou Bolsonaro pode incorrer em crime de responsabilidade

O assunto que tem dominado os inventivos diálogos é o Orçamento da União para 2021. "O cobertor é curto" é a profecia que se escuta por entre os corredores dos Poderes da República. Leia a opinião de Romoaldo de Souza

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Romoaldo de Souza

Publicado em 20/04/2021 às 7:08
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Conta a lenda, que numa cidadezinha do interior do Pará, mas que poderia ter sido em qualquer biboca do país, o presidente da Câmara de Vereadores recebeu um relatório apontando que a cidade estava quebrada financeiramente, desacreditada politicamente enquanto uma crise moral tomava conta da comunidade.

Zé das Pamonhas, o único vereador de oposição, propôs que o município decretasse guerra aos Estados Unidos. “Só assim nós sai dessa enrascada, o município ganha dividendos com o aumento de turismo e quem sabe a gente acaba se independizando do Brasil”, propôs.

Luiz do Padre, vereador religioso, que entre uma citação bíblica e outra, alinhavava o pronunciamento, pediu a palavra e perguntou: “Vossa Excelência já se deu conta que se nós ganhar a guerra contra os isteites (sic) nós não vai dar conta de governar um país daquele tamanho. Melhor deixar quieto”. A sessão foi suspensa.

Eu contei essa história para fazer um link com as reuniões que se sucederam por esses dias do Executivo com o Legislativo. De integrantes do Congresso Nacional e da equipe econômica com a articulação política do governo. O assunto que tem dominado os inventivos diálogos é o Orçamento da União para 2021. “O cobertor é curto” é a profecia que se escuta por entre os corredores dos Poderes da República.

É que se de um lado o Executivo quis fazer vista grossa para o bote de deputados e senadores que avançaram mais que podiam, aumentando o valor das emendas parlamentares, por outro faltou bom senso no ministro da Economia, Paulo Guedes, que deveria ter incorporado o espírito de Luiz do Padre, dizendo: “oh gente, como eu costumava escutar lá no bairro de Santa Teresa, no meu querida Rio de Janeiro: Não adiante cobrir um santo para descobrir outro”.

Paulo Guedes às vezes dá uma de Zé das Pamonhas: compra uma briga com Estados Unidos, mas a munição que tem não chega para dar um tiro de festim. Agora, vai ter de enfrentar o Congresso - com a redundância da expressão: de frente. Ou corta as emendas parlamentares ou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode incorrer em crime de responsabilidade.

E no Brasil atual nós já conhecemos o resultado de uma presidente que saiu para pedalar de bicicleta. De pedaladas fiscais nós já conhecemos qual é o resultado.

Pense nisso!

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