Opinião

No que depender dos aliados do Palácio do Planalto, a CPI da Covid morrerá na praia

No depoimento do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), ele chegou a acusar a CPI de está prestando desserviço ao país por ter afastado vendedores de vacinas para enfrentar a covid-19

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Romoaldo de Souza

Publicado em 13/08/2021 às 6:41
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O Brasil ultrapassou a marca de 566 mil mortes pela covid-19, mas a bancada governista no Senado Federal não perdeu oportunidade para desmerecer o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de compras superfaturadas, medicação de remédios sem eficácia comprovada e negligência nos hospitais de Manaus (AM), quando faltou oxigênio para atendimento de pacientes.

No depoimento do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), ele chegou a acusar a CPI de está prestando desserviço ao país por ter afastado vendedores de vacinas para enfrentar a covid-19.

"O mundo inteiro quer comprar vacina, e espero que esta CPI traga bons resultados ao Brasil. Porque o negativo já produziu muito: afastou empresas interessadas em vender vacina ao Brasil", disse o deputado Ricardo Barros.

Foi o suficiente para que a temperatura aumentasse, e o presidente da CPI, Omaz Aziz (PSD-AM), devolveu a provocação: “afastamento das vacinas que vocês do governo queriam tirar proveito, rapaz”. Após o tumulto, os trabalhos foram suspensos.

Qualquer que seja o resultado - se Ricardo Barros volta ou não a prestar depoimento - os governistas marcaram um gol, na CPI: eles causaram tumulto, não permitiram que a comissão investigasse se o líder do governo está ou não envolvido na corrupção da compra da Covaxin, indiana e daquilo que depender dos aliados do Palácio do Planalto, a CPI morre na praia, apesar de ter se debruçado em centenas de documentos que apontam para um esquema de acordos para comprar vacina superfatura.

Essa gente não dorme em serviço!

Pense nisso!

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