Há quem diga que o afastamento temporário de Lula deixou a transição desnorteada
O ''comando da articulação'', com nomes como Gleisi Hoffmann e Mercante, tem sido criticado pela falta de diálogo
Não foi a primeira vez e certamente não deve ser a derradeira, mas os desentendimentos de petistas no governo de transição voltam a extrapolar as enfadonhas reuniões fechadas, abarrotadas de participantes e cheias de ideias.
Nesta quinta-feira, durante o jogo do Brasil com a Sérvia, pela Copa do Mundo [2 x 0], a presidente do PT, deputado Gleisi Hoffmann (PR), demonstrou irritação com as críticas feitas pelo senador Jaques Wagner (BA) que quer pressa na indicação do ministro da Fazenda.
“Está faltando articulação política no Senado. Por isso, que eu acho que nós travamos na PEC [Proposta de Emenda à Constituição, a forma como foi iniciado o processo, sem falar ou sem formatar uma base mais forte de governo. Não é falta de ministro”, rebateu Gleisi.
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O senador baiano tem se queixado da falta de articulação entre o governo de transição e os deputados e senadores. “Querem botar nas minhas costas tudo” afirmou Jaques Wagner. E completou: "Eu acho que falta, por enquanto, um ministro da Fazenda", disse. ”Eu acho que facilita (se um ministro fosse indicado agora), mas isso é uma opinião. Quem vai decidir é o presidente da República”, resumiu.
O chamado “comando da articulação”, com nomes como Gleisi Hoffmann e o ex-ministro da Educação Aloizio Mercante, tem sido criticado muitas vezes pela falta de diálogo com os parlamentares e só na última hora é que a bancada é informada de algumas decisões do governo de transição, como sobre a Proposta de Emenda à Constituição tratando de gastos de programas sociais.
Ainda há tempo para um pequeno freio de arrumação. Mas há quem diga que o afastamento temporário do presidente eleito, Lula da Silva (PT), deixou a transição - ou pelo menos parte dela - desnorteada. Lula retorna a Brasília na segunda-feira.
Pense nisso!