Romoaldo de Souza

O silêncio nada inocente do presidente Lula e sua cômoda interpretação para aquilo que acredita ser democracia

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Romoaldo de Souza
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Romoaldo de Souza
Publicado em 29/06/2023 às 19:40
EVARISTO SA / AFP
Segundo Maduro, "vai ser estabelecida um comissão" para retomar os pagamentos. - FOTO: EVARISTO SA / AFP

O presidente Lula da Silva (PT) voltou a praticar o seu esporte predileto para defender a ditadura do amigo Nicolás Maduro e relativizar o conceito de democracia.

Ontem, em entrevista à Rádio Gaucha de Porto Alegre (RS), Lula foi confrontado com o questionamento sobre os motivos de seu governo e setores da esquerda brasileira que rechaçam argumentos de que o governo de Maduro pode ser comparado a uma ditadura, quando afirmou que a Venezuela "tem mais eleições do que o Brasil". E tergiversou. “O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia porque é a democracia que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez. Por isso que eu gosto da democracia e a exercito na sua plenitude”, afirmou.

Já para o final da entrevista, Lula foi questionado sobre a lisura do pleito venezuelano e respondeu. “Vai ter eleição este ano na Venezuela, a Rádio Gaúcha pode mandar uma equipe lá pra saber se ela vai ser legítima ou não”. Um dos jornalistas que entrevistava Lula, Rodrigo Lopes, tinha sido detido em 2019, e liberado após duas horas de interrogatório em uma unidade militar, em Caracas, quando ficou incomunicável, sem passaporte e sem celular.

BOLSONARO JÁ ESTÁ INELEGÍVEL NA AUSTRÁLIA. 3 x 1, PLACAR TEMPORÁRIO
Como a diferença horária do Brasil com a Austrália é de 13 horas, toda vez que ocorre um importante evento no Brasil, faz-se uma afirmativa, um tanto quanto jocosa, em tom de brincadeira. “Isso a Austrália já sabe”.

Nesta sexta-feira (30) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve - e essa condicionante é porque qualquer um dos três ministros que ainda não votaram poderá [outro condicionante] pedir vista. Mas seguindo o curso “normal” do julgamento, o TSE conclui hoje a análise da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) impetrada pelo PDT, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu candidato a vice, Walter Braga Netto, por “abuso de autoridade e uso indevido de meios de comunicação”.

“Na Austrália”, Braga Netto já escapou. Os quatro ministros que votaram, até aqui, isentaram o candidato a vice dos supostos crimes imputados ao ex-presidente Bolsonaro.

Seguindo a tese argumentada pelo relator, ministro Benedito Gonçalves, o ministro Floriano de Azevedo Marques disse que ao reunir dezenas de embaixadores no Palácio da Alvorada, “o que assistimos no discurso de 18 de julho foi uma desabrida utilização da condição de presidente da República para, diante de representantes diplomáticas com quem o Brasil mantém relações, mal falar do nosso sistema eleitoral, aviltar a Justiça Eleitoral e desqualificar nossa democracia, o exato oposto que um chefe de Estado deve fazer". Sustentou.

Voto vencido, até aqui, o ministro Raul Araújo surpreendeu os bolsonaristas que apontavam em um pedido de vista - prazo mais elástico para estudar o processo. “Fato é que a intensidade do comportamento concretamente imputado [a Bolsonaro] — a reunião de 18 de julho de 2022 e o conteúdo do discurso — não foi tamanha a ponto de justificar a medida extrema da inelegibilidade”, disse.

Votaram a favor da ação: Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares. Raul Araújo votou pelo arquivamento da Aije. Faltam os votos de Cármen Lúcia, Nunes Marques e Alexandre de Moraes

PENSE NISSO!
Ou a primeira-dama, Rosângela Lula, tem uma bola de cristal em um dos cômodos do Palácio da Alvorada ou está exercitando habilidades de convencimento. Em sua conta no Twitter, ela publicou duas fotos ladeada pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a deputada Gleisi Hoffmann (PT) com uma legenda. “E o dia começou com uma excelente conversa com essas duas mulheres maravilhosas!! Ministra @aniellefranco e a futura Senadora @gleisi”. A primeira-dama não disse quando a presidente nacional do PT poderá voltar a ser senadora pelo Paraná. Mas não deixa de ser emblemático que Rosângela Lula insinue que a conclusão de um julgamento que está para ocorrer na Justiça Eleitoral do Paraná, seja oportunidade para eleger Gleisi.

O PT e o PL entraram com uma ação para cassar o mandato do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) alegando que o ex-juiz da Lava Jato teria causado “desequilíbrio eleitoral” na disputa por uma cadeira no Senado Federal, porque antes tinha sido pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos. Além disso, o senador é acusado de caixa dois, abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.

Caso Sérgio Moro venha a ser cassado, será realizada uma eleição suplementar no Estado do Paraná. Na surdina, Gleisi Hoffmann e o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, fazem disputa interna para concorrer a uma eleição que ainda não é dada como certa. Se primeira-dama é a madrinha da candidatura de Geisi Hoffmann o ex-todo-poderoso “capitão” José Dirceu é o principal padrinho de Zeca, seu filho. Pense nisso!

 

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