O governo de Lula da Silva (PT) assumiu faz 227 dias e até esta data (15) ainda não apresentou um programa para enfrentar um dos principais desafios que é a segurança pública. Mas, na primeira oportunidade que teve para aparecer com ar de revoltado, o presidente faz uma análise como se não tivesse a menor responsabilidade.
“Que bala perdida é essa? Alguém atirou para aquele lado. Essa bala não se perdeu. Essa bala foi atirada para aquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de cinco anos de idade”, comentou em momento de indignação pela morte de Eloá Passos, de 5 anos, no morro do Dendê, no Rio de Janeiro (RJ). “E muitas vezes é a própria polícia que atira (…) Nós queremos policiais bem preparados, bem instruídos, com bastante inteligência. O que não pode é sair atirando a esmo, sem saber para onde atira”, reclamou Lula.
A SEGURANÇA É DE TODOS
Frequentador das redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, não tem solução, mas vai dividir o problema com secretários de Segurança Pública, “vamos conversar sobre prioridades: investigações contra facções criminosas e mortes violentas intencionais”, disse.
A máxima em Brasília, mesmo antes dos 13 anos do PT, sempre foi: quando o governo não quer resolver um problema cria uma comissão. Um GT; está muito na moda um grupo de trabalho.
GONET PODE MANDAR CORTAR O TERNO
Já que Lula não deu a mínima para a lista tríplice, eleita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o vice-procurador-geral-eleitoral, Paulo Gonet Branco, já é visto e, por vezes, cumprimentado, como o futuro procurador-geral da República.
Gonet tem dois pontos positivos ao seu favor: tem fortes padrinhos - os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes - e tem traquejo e trânsito no Ministério Público para trazer de volta a credibilidade que a instituição perdeu seja com os deslumbramentos da “República de Curitiba”, na Operação Lava Jato, ou com a questionável gestão do atual procurador Augusto Aras que finda seu desastroso mandato no próximo mês.
CPI “TÁ TUDO JOIA?”
Já passa de 100 o total de assinaturas para criar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destina a apurar denúncias de que joias dadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a então primeira-dama Michelle Bolsonaro desapareceram, foram vendidas ou derretidas. São necessários 171 apoios.
A CPI das Joias, vindo a ser criada, vai mirar três militares do Exército, o general Lourena Cid; o filho, tenente-coronel Mauro Cid; o tenente Osmar Crivelatti; e, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Os quatro foram alvos da Operação Lucas 12:2 da Polícia Federal, na última sexta-feira (11).
Para Túlio Gadelha (Rede Sustentabilidade-PE), um dos autores do requerimento para criação da comissão, a CPI deverá investigar “indícios da criação de uma rede de contrabando [de joias] no último governo”.
BOLSONARO COMEMORA PRÉVIAS NA ARGENTINA
Vencedor das prévias na Argentina, Javier Milei somou mais de 30% dos votos e larga na frente com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro que gravou um vídeo dizendo “Temos muita coisa em comum. A começar que nós queremos o bem dos nossos [dois] países. Nós defendemos a família, a propriedade privada, o livre mercado, a liberdade de expressão, o legítimo direito à defesa. E queremos ser grandes à altura do nosso território e da nossa população”, disse Bolsonaro.
Em segundo lugar ficou a coalização Juntos pela Mudança, com Patricia Bullrich, que recebeu pouco mais de 28% dos votos. Sérgio Massa, atual ministro da Economia, obteve 27,2%. Em 22 de outubro ocorrem as eleições presidenciais argentinas.