Ex-presidente Bolsonaro não esconde de ninguém que sabe dos riscos que corre, permanecendo no Brasil
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O plenário da Assembleia Legislativa de Goiás ficou abarrotado de gente. Do lado de fora, robustas caminhonetes com seus potentes sons que lembram os imbecis que atormentam a vida do cidadão com suas músicas estrondosas.
Do lado de dentro, um calor de 40ºC dava as boas-vindas ao homenageado: Jair Bolsonaro (PL) que recebia o título de cidadão honorário de Goiás.
“Vamos ter que aguardar um pouquinho para ter ele novamente na Presidência, mas, como cidadão goiano, podemos ter ele hoje”, afirmou o deputado estadual, Fred Rodrigues (DC), autor do requerimento.
MORRENDO DE MEDO
Apesar do calor, Bolsonaro apareceu sob os gritos de “mito”, vestindo um calça preta, camisa branca e um casaco também preto e deixou claro que não dorme sossegado. "Sei dos riscos que corro em solo brasileiro".
O ex-presidente tentou passar a impressão de que vive em constante estado de ameaça. “Estive três meses nos Estados Unidos, no estado da Flórida, realmente um estado fantástico. Mas apesar de ter sido acolhido muito bem, não existe terra igual à nossa. Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder.” Foi aplaudido de pé, inclusive pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO).
Na verdade, Bolsonaro teme pelos futuros movimentos de seu ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid preso desde 3 de maio, inicialmente, por fraude de cartões de vacina do ex-presidente, de Laura Bolsonaro, e de familiares do próprio militar.
Cid também passou a ser investigado pela venda ilegal de joias doadas à Presidência da República.
SONHO DE ÍCARO
O ministro do Turismo, Celso Sabino, pediu apoio do Ministério da Justiça para apurar cancelamentos de pacotes e passagens aéreas com embarques agendados de setembro a dezembro, pela agência de viagens 123 Milhas.
“O Ministério do Turismo já acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para que, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), avalie a instauração de um procedimento investigativo que esclareça as razões de tais cancelamentos, identifique todos as pessoas atingidas e promova a reparação de danos a todos os clientes prejudicados,” diz a nota.
HACKER DO BEM “APAGA” APAGÃO DE LULA
O primeiro apagão no setor elétrico no governo Lula da Silva (PT) ainda não teve uma explicação séria e convivente sobre os motivos que deixaram o país no escuro, na última terça-feira (15). O incidente causou milhões de prejuízos ao setor produtivo, mas nas hostes governamentais - só para não falar em tropa - o clima é de alivio. “Ufa, poderia ter sido muito pior!” exclamou um graúdo petista.
E olhe que ele não estava se ferindo às consequências econômicas do apagão, não. O regozijo do petista era porque no mesmo dia, Walter Delgatti Neto, o “hacker do bem,” espalhava informações no ventilador da CPMI do 8 de Janeiro que podem atingir Bolsonaro em pleno voo.
O Hacker foi aplaudido quando travou um embate com o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) ao elogiar Lula a quem chamou de “perseguido” pela Operação Lava Jato, comandada por Moro.