Ministro da Justiça arruma um salseiro com a CMPI que vai ser difícil que o caldo não entorne
Leia a coluna Política em Brasília
Essa história de ministério não ter um banco de dados nem que seja na nuvem, para armazenar imagens, está virando piada.
Primeiro foi a Defesa que informou ter apagado imagens de possíveis visitas do hacker Walter Delgatti Neto para conversar com oficiais do Exército sobre insegurança nas urnas eletrônicas.
Agora, é o Ministério da Justiça que comunicou à CPMI do 8 de Janeiro que também não tem mais registro das portarias de entrada, no dia das manifestações violentas na Praça dos Três Poderes. O quebra quebra começou na porta da Justiça.
A comissão tinha aprovado requerimento cobrando as gravações das câmeras de segurança. A Justiça não tem mais. “Tudo é apagado quinze depois. Não tem espaço”, foi a informação que o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), recebeu.
GOVERNO QUER MILITARES LONGE DA POLÍTICA
O Governo Federal está finalizando uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que proíbe integrantes das Forças Armadas de disputar cargos eletivos se estiverem na ativa. Caso decidam por participar de uma eleição, seja para cargos no Poder Executivo ou no Legislativo, terão de entrar para a reserva.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que a iniciativa é “preservar a disciplina e a hierarquia” nas Forças Armadas. “A única coisa que é a pretensão, algo inclusive acordado com o ministério e o comando [das Forças Armadas], é de que se alguém faz a opção de ir para a vida política, ele automaticamente vai para a reserva. É para preservar o que é muito importante na carreira que é a disciplina e hierarquia”, disse o líder governista.
A coluna apurou que temendo resistência entre os deputados, o Planalto prefere que a PEC comece a tramitar pelo Senado Federal. A proposta precisa de 3/5 dos votos, em duas votações, no Senado e depois na Câmara dos Deputados. E, para valer nas eleições municipais de 2024, a PEC terá de ser aprovada até 6 de outubro, deste ano.
PT JÁ FALA ABERTAMENTO NO LULA 4.0
Em meio à campanha eleitoral, o então candidato Lula da Silva (PT) disse à rádio Metrópole que não estava entrando na disputa “pensando na reeleição”. “Eu vou ser o presidente que vou estar pensando em governar este país por quatro anos”.
Antes de completar nove meses de mandato e Lula já teve seu nome lançado para nova disputa em 2026. Documento aprovado pela direção do PT defende sua candidatura e vai direto ao ponto. “As eleições municipais de 2024 demarcam um momento estratégico para a construção de uma sólida aliança popular e democrática que promova a recondução do Governo Lula em 2026.” É o PT sendo PT.
A IRRITAÇÃO DE ARTHUR LIRA INQUIETA PLANALTO
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), confidenciou a um “querido amigo” que já está “de saco cheio” com a novela da reforma ministerial.
Ontem, ao participar de evento na Confederação Nacional do Comércio, Lira disse que para que houvesse “acomodação necessária”, o centrão não se daria por satisfeito somente com um ou outro ministério, não. Até o início da noite desta quarta-feira, André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos) eram nomes certos no governo Lula.
O Republicanos até que vai se dar por satisfeito com Silvio Costa Filho na Esplanada dos Ministério, mas para legenda não significa desembarque total. “Não tem fidelidade às cegas”, diz um cacique da legenda, em conversa com a coluna.
Já no PP, o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), deixou claro que se Fufuca aceitar ser ministro de Lula, “vai ter de deixar o partido”. “[Os progressistas] jamais irão integrar esse governo. Jamais irão apoiar esse governo. Não temos identificação, sintonia, não acreditamos nesse atual governo, que está perdido, no nosso ponto de vista”, diz o ex-ministro de Bolsonaro.
ÚLTIMAS
O reitor da Universidade Católica de Pernambuco, padre Pedro Rubens, foi eleito nesta quarta-feira, presidente Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras).
Cearense de Vazantes, o jesuíta reconheceu os desafios que o cargo lhe impõe, ao ser eleito. “O desafio assusta, mas nos coloca em uma posição de querermos, nesse complexo sistema educacional brasileiro, apostar nessa instituição que tem história e continua a fazer história”, disse o sacerdote.