Derrotada na ONU, diplomacia brasileira chama embaixador de Israel para uma conversa
No último dia dos trabalhos, CPMI ainda seguia dividida
ALMAS GÊMEAS
Na tocaia, esperando o resultado final da CPMI do 8 de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o PT e o grupo terrorista Hamas são “irmãos de alma”.Ao prestar solidariedade à família de uma brasileira morta pelos terroristas, Bolsonaro escreveu. “Enquanto isso, a facção de Lula defendendo terroristas! Irmãos de alma”. O Planalto não se manifestou.
BEM FEITO!
“Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”. Foi exatamente essa frase que levou o jornalista Hélio Doyle a sair do comando da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Doyle repostou a frase acima e causou mal-estar no Palácio do Planalto, a ponto de levar um puxão de orelhas do ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta.
Mais tarde, vendo a asneira que tinha cometido, apagou o post, pediu desculpas e deixou o cargo. "O ministro Paulo Pimenta me manifestou hoje seu descontentamento por eu ter repostado, no X [ex-Twitter] , postagem de terceiro acerca do conflito no Oriente Médio. Disse-me que a referida repostagem e sua repercussão na imprensa criaram constrangimentos ao governo, que mantém posição de neutralidade no conflito (sic), em busca da paz e da proteção aos cidadãos brasileiros", escreveu Doyle.
O jornalista já tinha causado estranheza na comunicação estatal quando autorizou o uso do pronome neutro das reportagens. Está explicado o que é uma idiotice sem tamanho.
MAIS UM
O assessor parlamentar Rodrigo Bastos, lotado no gabinete do líder de oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ) foi exonerado nesta quarta-feira (18) após um bate-boca com deputados governistas.
“Vocês são uma vergonha para o Brasil”, disse o assessor, ao se dirigir aos governistas que integraram a CPMI do 8 de Janeiro.
“A conduta [de Rodrigo Bastos] é incompatível com a de um assessor parlamentar e sua exoneração já foi determinada”, afirmou Jordy em nota encaminhada à coluna Política em Brasília .
MARCANDO PRESENÇA
O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da CPMI dos Atos de 8 de Janeiro, resolveu “chutar o pau da barraca” no último dia de trabalho e afirmou que não pretende acompanhar a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), quando for entregar as conclusões dos trabalhos no Supremo Tribunal Federal (STF), na Política Federal e na Procuradoria-Geral da República (PGR).
Arthur Maia usou do bom senso de divergir frontalmente da relatora que ignorou a responsabilidade do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias, o G. Dias, como o tratam os petistas.
“Só não enxerga a responsabilidade do general quem não quer”, disse o deputado.
PENSE NISSO!
Quando a diplomacia de um país está atrelada a um partido político a gente enxerga cada coisa. Nesta quarta-feira (18), o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, foi chamado para uma conversa com o secretário de África e Oriente Médio do Itamaraty, embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte.
O Brasil afirmou “haver um incômodo” por parte de sua diplomacia com as declarações do diplomata israelense de que teria havia falta de “empenho” do governo do presidente Lula da Silva (PT) para resgatar reféns do grupo terrorista Hamas.
Zonshine e o PT trocaram farpas publicamente depois que o partido do presidente insistiu em negar a necessidade de Israel de revidar o ataque do último fim de semana. Os petistas tão pouco reconhecem o Hamas como terrorista. Ao contrário.
É essa cegueira do PT e de seus aliados que apequenam a diplomacia do Brasil.