Lula despreza a diversidade de gênero no STF e na PGR
Supremo terá apenas uma mulher. O que mostra que a pauta de gênero do PT era rompante de candidato
ZERO SURPRESA
Até as emas do Palácio da Alvorada já cumprimentavam Flávio Dino como ministro e nem era por ele ser o chefe da Justiça e Segurança Pública. Até porque por esse motivo ele merece poucos cumprimentos.
Mas é que o nome de Dino para a vaga da ministra Rosa Weber, no Supremo Tribunal Federal (STF), era pedra cantada.
10 X 1 CONTRA A PAUTA DE GÊNERO
Durante a campanha eleitoral, o candidato do PT, Lula da Silva, insistia no argumento da necessidade de melhores salários, mais oportunidades para as mulheres, e coisa e tal. Na primeira oportunidade que teve de nomear um ministro para o STF eis que Lula indicou Flávio Dino. O STF terá apenas uma mulher na bancada: Cármen Lúcia.
Na Procuradoria-Geral da República não foi diferente. Paulo Gonet será o novo PGR. E não foi por falta de opção. Uma eleição promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (APNR) elegeu lista tríplice encabeçada por uma procuradora, Luiza Frischeisen. O presidente da República fez ouvido de mercador.
SINCERICÍDIO NA ESPLANADA
Os conselheiros do atual governo já fizeram chegar ruídos aos tímpanos da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, agraciada com a Ordem de Rio Branco, “por distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas e estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção".
Eles querem dizer que concordam com a divisão do atual ministério de Dino. Nesse caso, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, cuidaria da Justiça e o jornalista Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo, assumiria a Segurança Pública.
O PT DEIXARIA?
É aí que mora o principal problema na cabeça de Lula. Não é nem se o cidadão está ou não contente com a segurança do país, porque não está, mas o presidente reluta em dividir a pasta por causa da “propaganda negativa” de aumentar o número de ministério no seu governo. Hoje são 38.
OPOSIÇÃO AOS BERROS
Sabatinas na CCJ do Senado são, quase sempre, jogo de cartas marcadas, mas a oposição se organiza para dar palpites histriônicos contra o nome de Dino no STF.
Os dois principais motivos foram sua resistência em entregar ao Senado as imagens nas proximidades do Ministério da Justiça, durante o quebra-quebra de 8 de janeiro, e a maneira como reagiu quando instigado a responder sobre o entra e sai da “primeira-dama do tráfico amazonense”, Luciane Barbosa Farias, no Ministério da Justiça.
E O GONET
A indicação do subprocurador Paulo Gonet para o posto de procurador-Geral da República terá aprovação facilitada.
É conservador quanto aos costumes - o que cheira como um bálsamo para os senadores de oposição e “progressista” quando atua no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ponto de ter se manifestado pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Tá dominado. Tudo dominado” a favor de Gonet na PGR. Agora é só mandar passar ferro no terno.
DAS BRUXARIAS DE RANDOLFE
Uma emenda do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), vai mexer no bolso do contribuinte.
O Orçamento da União de 2024 terá uma despesa a mais, ainda sem valor estimado.
O Harry Potter do Senado, como Randolfe é conhecido por causa de sua semelhança com o personagem das histórias do menino bruxo (vivido por Daniel Radcliffe), quer que seja paga uma passagem aéreas semanais, de ida e volta à cidade de origem, para ministros do STF e os 38 ministros do governo Lula. Nem precisam justificar o motivo da viagem
É só emitir o bilhete.
PENSE NISSO
Vindo a ter seu nome aprovado pela frágil sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e se o plenário - no voto secreto [sim, no Senado ainda há votações secretas] - referendar seu nome, Flávio Dino tomará posse e como o mais novato, será o primeiro a votar.
Agora, imagine essa hipotética possibilidade. O STF entrará em julgamento para analisar a cassação do mandado do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
Quando começar passará um filme na cabeça de Flávio Dino, desde o tempo em que foi governador do Maranhão, quando ia visitar Lula na cadeia até um forte embate que teve com Moro no Senado.
Flávio Dino (o novato) pega o processo em mãos e olha para o decano da Corte, Gilmar Mendes.
Eles não dizem uma só palavra, mas na teleologia “dinista” ele pensa: “o senhor enterrou a Lava Jato e tirou o companheiro Lula da cadeia e eu enterro a carreira desse aqui.
Pense nisso!