Romoaldo de Souza

Barroso diz em Davos que Brasil pode perder a soberania da Amazônia

Igreja Católica prepara documento com denúncias fortes sobre situação de penúria dos Yanomami

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Romoaldo de Souza

Publicado em 17/01/2024 às 20:54
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IMPUNIDADE SEM FIM
Pelo resultado da 14ª operação da Polícia Federal deflagrada contra garimpo ilegal na Terra Yanomami fica mais do que provado que apesar da ação das forças policiais, o governo federal ainda patina no combate ao crime organizado nas terras indígenas e está cada vez mais difícil neutralizar os garimpeiros ilegais.

BENS APREENDIDOS
Totalizam R$ 589 milhões e 203 prisões - sendo 179 prisões em flagrante, 20 preventivas e quatro temporárias, as últimas ações da PF apreenderam armas, munição, coletes a prova de bala, radiotransmissores e equipamentos de garimpagem.

UM ‘PERNAMBUCO’DE PROBLEMAS
A mineração ilegal no território Yanomami, do tamanho do Estado de Pernambuco, não é uma ação de hoje e “atores do Estado (…) relativizam” o problema.

Um documento do filósofo Roberto Liebgott, voluntário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), aponta que “apesar dos esforços de muitos servidores públicos e de lideranças indígenas, no sentido de planejar ações e serviços para combater a fome e as doenças, não se atingiu êxito porque, ao mesmo tempo, outros atores do Estado – Exército, Aeronáutica e as Forças de Segurança – de forma comissiva relativizaram as determinações dadas no âmbito da Operação Yanomami.”

Os maus tratos dos indigenistas em função da inércia do governo federal farão parte de um estudo que o cardeal dom Leonardo Steiner, presidente do Cimi, deve apresentar à Assembleia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), marcada para abril.

‘APESAR DE VOCÊ’
A música de Chico Buarque diz que “amanhã vai ser outro dia”. É o que esperam os indigenistas do Norte do País.

Embora tecendo críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), Roberto Liebgott diz que o governo do presidente Lula da Silva (PT), sempre tão incensado por diferentes organizações da Igreja Católica, “precisa, para além de discursos e planos, investir recursos, contratar e capacitar pessoas, adquirir e implantar infraestruturas – equipamentos e medicamentos – atuando de forma permanente dentro do território”.

BRASIL NA BERLINDA
Presente ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, alertou que o Brasil pode perder a soberania da Amazônia “não para outros países, mas para o crime” organizado.

“Há um problema que vem se agravando nos últimos tempos: a região amazônica passou a ter relevância no tráfico internacional de drogas, com municípios situados nas rotas hidroviárias e rodoviárias usadas pelos traficantes. Em suma: há um risco de o Brasil perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime”, disse Barroso.

MORAES EMPLACA MAIS UM
Mais linha dura e menos diálogo. A diferença entre o sociólogo Benedito Mariano e o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, foi determinante para que o futuro ministro da Justiça Ricardo Lewandowski escolhesse o afilhado do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para comandar a Secretaria Nacional de Segurança Pública.

CHOQUE DE GESTÃO
O candidato do PT era Benedito Mariano, fundador da legenda, ex-integrante do Movimento Nacional de Direitos Humanos. Tem um perfil conciliador.

Sarrubbo, não. Mário Luiz Sarrubbo tem experiência no enfrentamento ao crime organizado e deve ser a resposta de Lewandowski à inércia do Ministério da Justiça, na gestão petista.

SEM AVISO PRÉVIO
O atual secretário, Tadeu Alencar, só ficou sabendo que estava fora do time de Lewandowisk quando a imprensa começou a especular nomes para substituí-lo.

PENSE NISSO!
É preciso mais que um avião de carreira, passagem na classe econômica e discurso de estadista.

A primeira aparição do presidente da Argentina, Javier Milei, no cenário internacional ainda está sendo permeada de controvérsia.

Milei poderia ir a Davos no “aerotango,” o avião oficial do governo, aumentar de cinco para 11, quem sabe, o tamanho de sua comitiva, mas precisa aproveitar oportunidades para atrair investimentos para a cmmbalida economia que o populista causou.

Pense nisso!

 


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