Até o líder do governo considera que fala de Lula sobre Holocausto foi inoportuna
Jaques Wager (PT-BA) dá um puxão de orelhas no presidente
CONTRA SAIDINHA
O presidente Lula da Silva (PT) avisou aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. “Se o Congresso aprovar, eu veto”, alertou o chefe do Executivo. Aprovado no Senado Federal, o projeto retorna, agora, à Câmara para segunda análise.
O senador Fernando Dueire (MDB) votou a favor do projeto. Humberto Costa (PT) e Teresa Leitão (PT) não compareceram à votação
PACHECO CRITICA LULA
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, rechaçou as declarações do presidente Lula da Silva “que compararam” as ações militares do governo de Israel e o genocídio cometido por Adolf Hitler (1889-1945), conhecido como Holocausto.
“Não podemos compactuar com as afirmações que compararam a ação militar que está ocorrendo na região neste momento com o Holocausto, o genocídio contra o povo judeu perpetrado pelo regime nazista na Segunda Guerra Mundial”. Pacheco lembra que “genocídio é o extermínio deliberado de um povo, por motivos de diferenças étnicas, nacionais, raciais ou religiosas”.
CENSURA ÀS DECLARAÇÕES DE LULA
Um grupo de 35 senadores, um percentual de 43%, apresentou pedido de “voto de repúdio” ao presidente da República “pela declaração que comparou a ação militar de Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza, ao assassinato em massa de judeus liderados por Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial”. Para esses senadores, as palavras do presidente Lula “foram muito mal proferidas e envergonharam o Brasil”.
IMPEACHMENT DO PRESIDENTE
Um grupo de deputados, alguns até de legendas que ocupam cargos na Esplanada dos Ministérios, apresentou requerimento de pedido de impeachment do presidente Lula da Silva por crime de responsabilidade.
Os oposicionistas - cinco deles de Pernambuco — acusam Lula de ter “hostilizado Israel, uma nação amiga”. O requerimento vai direto à mesa do presidente Arthur Lira. O mesmo Lira que arquivou 158 pedidos de impeachment contra o então presidente Jair Bolsonaro (PL), a maioria deles por negligência durante a pandemia da covid-19.
CARTA À YULIA NAVALNY
Um grupo de deputadas de oposição ao governo Lula encaminhou carta de solidariedade à Yulia Navalny, viúva do líder do oposição do governo russo Alexey Anatolievitch Navalny (1976-2024). “Esperamos e mandamos, ainda que distantes, forças para que continue lutando pela causa do seu marido”. Navalny morreu na última sexta-feira, segundo o governo russo, de “mal súbito”, mas até esta terça-feira (20), os familiares ainda não tinham recebido o corpo de oposicionista.
ATO FALHO
O senador Dr. Hiran (PP-RR) estava defendendo o projeto do fim da saidinha, quando se dirigiu ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e disse: “Flávio, eu sou médico legista. Como médico legista e como policial, eu acredito que nós falhamos nessa questão da rachadinha”.
Quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro foi acusado de fazer rachadinha no gabinete na Assembleia Legislativa. O processo foi arquivado.
PUXANDO A ORELHA DE LULA
… do senador Jaques Wager (PT-BA), líder do governo Lula: “Sou amigo do presidente Lula há 45 anos e tive a naturalidade ontem de visitá-lo e dizer: ‘não tiro uma palavra do que vossa excelência disse a não ser o final, que na minha opinião não se traz à baila o episódio do Holocausto para nenhuma comparação porque fere sentimentos’
PENSE NISSO!
Vamos aos números.
O pedido de impeachment contra o presidente Lula conta com 158 apoios.
A quantidade mínima para aprovar um projeto de afastamento do presidente da República é de 342 votos - matematicamente, falando, faltariam, portanto, 181 apoios para se abrir inquérito contra o presidente.
Politicamente analisando, o presidente da Câmara, Arthur Lira, já deixou claro que não pretende dar andamento “numa aventura como essa…”
Ou seja, muita fumaça e pouco fogo.
Pense nisso!