Políticos e empresários vão a Nova Iorque "vender" o Brasil viável
Perdão da dívida do Rio Grande do Sul é motivo de comemoração do governador Eduardo Leite
NEW YORK, NEW YORK
Quando John Kander estava compondo os versos “Start spreading the news, I’m leaving today. I want to be a part of it, New York, New York”, ele nem poderia prever a existência de um grupo de políticos que está que não dorme, esperando a hora de “Ser parte dela [Nova Iorque].
O ex-presidente Michel Temer, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e governadores como Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Jr. (Paraná) são algumas dessas autoridades que desembarcam em Nova Iorque com o fone de ouvido escutando Frank Sinatra (1915-1998) cantando [em inglês] “Eu quero acordar na cidade, que nunca dorme.” Políticos e empresários vão mostrar a Nova Iorque o que o Brasil tem de melhor para atrair investimentos.
GDF SUSPENDE DOAÇÕES
O governo do Distrito Federal “comemorou” que “foram tantas as doações” para as pessoas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul que “temporariamente” foi preciso suspender “doações para a campanha Brasília pelo Sul”.
NÃO É BEM ASSIM…
Já a Força Aérea Brasileira (FAB) informou à coluna que a campanha “segue normalmente”. Ainda segundo a nota da FAB, “os materiais são recebidos por militares e voluntários em todas as bases abrangidas pela campanha”.
NEM UM CAFEZINHO
O Palácio do Planalto dispõe de 35 profissionais para atendimento aos gabinetes e locais de reunião, servindo água e café. São tantos que quase sempre estão se esbarrando uns nos outros.
Mas na quinta-feira (16), porém, será diferente. O presidente Lula da Silva (PT) convocou reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável, também chamado de “Conselhão”, para debater a crise humanitária que se abate sobre o Rio Grande do Sul. O único problema é que se todos os 245 integrantes do “Conselhão” estiverem presentes, a maioria nem vai ter tempo de dar um palpite, uma opinião. Aliás, se todos estiverem em Brasília, a maioria não vai ter sequer condições de ser servido de uma xícara de café.
DEVO, NÃO NEGO
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), desligou o laptop, após um videoconferência com o presidente Lula com resposta “pra lá de alvissareiras.”
O governo federal anunciou a suspensão, por três anos, do pagamento da dívida do Estado com a União. O Congresso Nacional, nesses casos, é que dá a palavra final, mas Leite não encontrará dificuldades entre deputados e senadores para aprovação das medidas.
PAGO QUANDO PUDER
Os números do Ministério da Fazenda apontam que “as medidas são de liberação” de R$ 23 bilhões, sendo R$ 11 bilhões “correspondentes ao somatório das 36 parcelas” que serão adidas e outros 12 bilhões referentes aos juros da dívida nesse período.
“Em vez de mandar o dinheiro das parcelas para cá [Brasília] o governo do Rio Grande do Sul vai ficar com o dinheiro, para investir em obras de reconstrução como escolas, infraestrutura, hospital, aquilo que ele [Eduardo Leite] entender”, explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Mas para não deixar que os louros recaiam sobre a cabeça do governador, o presidente Lula da Silva pega o avião, amanhã (15) e ruma para o Rio Grande do Sul. Lá ele reúne prefeitos de municípios atingidos pelas enchentes e anuncia mais um pacote de medidas que serão financiadas pelo governo federal.
PENSE NISSO!
O presidente Lula da Silva poderia se debruçar sobre a pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (13), esmiuçar cada detalhe e se deter sobre a seguinte pergunta: o presidente Lula merece ter uma nova chance e disputar um novo mandato? A maioria - 55% - disse que Lula não merecer ser reeleito.
No Nordeste, 60% disseram que sim. Que Lula deve tentar um novo mandato. Já no Sudeste, apenas 33% quer Lula de novo em 2027. Isso para ir aos dois extremos. No Centro-Oeste/Norte, 37% disseram que Lula tem que ter uma nova chance. Já no Sul, o presidente poderia “pendurar a gravata”, na opinião de 59% .
Afinal, Lula deveria analisar a pesquisa, chamar a presidente nacional do PT, Glesi Hoffmann, e dizer a ela: “companheira, Glesi, prepare um novo quadro no partido. Eu estou fora da disputa. Vou apoiar o fim da reeleição” com mandato de cinco anos para prefeitos, governadores e presidente.
Seria politicamente a maior contribuição que Lula poderia fazer ao país.
Pense nisso!