Romoaldo de Souza

Governo enfrenta impasse na reforma tributária e no 'jabuti' do projeto dos carros ‘verdes’

Projeto das "blusinhas" mostra o que é ser um governo "de duas caras".

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Romoaldo de Souza

Publicado em 27/05/2024 às 20:53 | Atualizado em 27/05/2024 às 21:59
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LIRA PROMETE…
… ele cumpre. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) havia prometido ajudar o governo a “desenrolar” o andamento da votação da reforma tributária.

Foi lá, reuniu um grupo de parlamentares “próximos” ao Palácio do Planalto e aliados de seus “ensinamentos”, chamou de GT um grupo integrado de 11 parlamentares e deu como missão “agilizar” a regulamentação da reforma tributária [PLP 68/2024]. O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, e representantes das principais confederações para dar “o pontapé” nas discussões.

JC Imagem
Augusto Coutinho - JC Imagem

“Precisamos ter um parecer equilibrado, que sirva à sociedade brasileira através da melhoria de nosso sistema tributário”, disse o deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE) que vai coordenar os debates,

LIRA ENTREGA?
Como a maioria dos parlamentares desse grupo de trabalho é de aliados, não resta dúvidas de que a reforma tributária tem tudo para andar conforme quer o governo do presidente Lula da Silva (PT).

Contudo, há um porém. O presidente da Câmara determinou que esse trabalho em grupo seja concluído até 21 de julho, antes de ser levado ao plenário. Ocorre que o recesso parlamentar está marcado para ter início no dia 17. O calendário não anda do lado de Lira, mas ele prometeu que isso não será empecílho. “A gente dá um jeito”.

MALANDRAGEM SUPREMA
O presidente Lula diz que é contra taxar as “blusinhas”. A primeira-dama faz valer a máxima do “socialismo gourmet” de que “quem paga a imposto é a empresa que vende”. Y así pasan los días.

“Quando discuti com o [vice-presidente Geraldo] Alckmin, eu disse: ‘Sua mulher compra, minha mulher compra, a filha do [presidente da Câmara, Arthur]Liracompra, a filha de todo mundo compra”, disse Lula. A jogada marota do presidente é a seguinte: o congresso taxa as “blusinhas” e os parlamentares que taxarem ficarão mal visto pelos eleitoras. Aí, Lula, o populista, veta. Lula fica bem com as compradoras das “blusinhas”. O veto ao projeto volta ao Congresso e novamente, deputados e senadores votam e o veto é derrubado. Fica valendo a taxação com a justificativa de que é preciso gerar emprego. Os parlamentares perdem prestígio com compradoras, como diz Lula: “sua mulher”, “minha mulher”, “a filha do presidente da Câmara”.

O ‘JABUTI’ E AS ‘BLUSINHAS’
O setor automotivo está uma arara com o projeto das “blusinhas,” um jabuti que foi inserido no Programa Mobilidade Verde e Inovação [Mover], que trata de evitar insegurança jurídica nas normas que levam em referência a eficiência energética e a imposição de limites de reciclagem na fabricação de veículos.

É que “do nada” — e nada acontece por acaso, ao menos na política brasileira — a “taxação das blusinhas,” expressão relacionada a compras internacionais, o governo incluiu as “blusinhas” no debate dos “carros verdes” e o setor protestou. O Planalto não sabe como resolver o impasse no dispositivo que acaba com a isenção tributária para remessas internacionais de até US$ 50.

NO CAMPO DAS IDEIAS…
…o Rio Grande do Sul que, oficiosamente, tem dois governos, vai demorar a se recuperar - mesmo porque nem o governo oficial nem o “interventor” tem planos de longo o médio prazos - até aqui tem convivido bem com as divergências do Executivo estadual, Eduardo Leite (PSDB), e o ministro extraordinário, Paulo Pimenta (PT). “Pelo menos no campo das ideias estão indo bem”, ressalta um interlocutor gaúcho desses que andam de bombacha.

A FRASE DO DIA…
… do ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), falando ao Globo sobre a polarização na política brasileira, afirmou que “Isso aniquila o nosso país. Isso só se resolverá quando Lula sair do jogo”….

PENSE NISSO!
Fé na política partidária e incompetência administrativa são dois fatores de que se apropriam as autoridades para tirar de cima da própria mesa a falta de responsabilidade pelos desastre sociais, políticos, morais e econômicos que o país enfrenta.

De norte a sul do país o que se escuta de desculpas esfarrapadas são de fazer uma pessoa séria duvidar da própria capacidade de desejar dias melhores. Chove muito em uma região e aí a gestora, o gestor não se cansa de repetir chavões preestabelecidos por seus “brilhantes” assessores: “ontem, choveu mais que todos os dias do mês passados, juntos”. Ou ainda, “a cidade recebeu mais chuva do que estávamos esperando”.

Recentemente, o prefeito de Balneário Barra do Sul (SC), Valdemar Barauna (PP), disse que o estado tem sido “constantemente” atingido por enchentes porque Santa Cataria “tem poucas igrejas”.

É muita cara de baraúna!


Pense nisso!

 

 

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