Romoaldo de Souza

Lula aperta o cerco contra aliados que não votam com o governo

Proibição de saidinha não vale para quem já garantiu o direito

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Romoaldo de Souza

Publicado em 29/05/2024 às 21:35 | Atualizado em 30/05/2024 às 8:38
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POR TELEPATIA
O presidente Lula da Silva (PT) “ficou abismado” com a quantidade de parlamentares - do Senado e da Câmara - que votaram contra o governo ou se ausentaram de votações importantes, nas últimas sessões.

- Nem que tenha que falar com todos eles por telepatia, mas o companheiro [Alexandre] Padilha vai atrás de cada um deles”, disse o presidente. O ministro das Relações Institucionais está sendo apontado como um dos motivos para as sucessivas derrotas do governo.

INSPIRAÇÃO
A pretexto de concordar com decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) disse que Pacheco “é a grande fonte de inspiração dos demais parlamentares”.

Pacheco pensou: menos, Alcolumbre, menos!”

JUDICIALIZANDO A SAIDINHA
O Planalto não tem dúvidas de que o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá reverter decisão do Congresso que pôs fim à saidinha de presos. O argumento de juristas próximos ao presidente Lula da Silva (PT) é de que “o estado, como guardião do internos [presos] é responsável pela dignidade dos detentos”. A saidinha seria uma dessas benesses.

BIJUTERIAS
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) recitou os versos de Aldir Blanc (1946-2020) “Em Setembro se Vênus me ajudar. Virá alguém. Eu sou de Virgem. E só de imaginar. Me dá vertigem.” Segundo o parlamentar natural de Garanhuns (PE), “as mais recentes votações” que acabaram por impor estrondosas derrotas ao governo, “não passam de bijuterias…” O que importa, segundo Randolfe “é organizar a base governista para votar a reforma tributária”.

‘ATACAMOS O POPULISMO DIGITAL’
Antes de rasgar as últimas folhas de papel e fechar as gavetas, o ministro Alexandre de Moraes se despediu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dizendo-se satisfeito com a atuação do tribunal contra o “populismo digital”.

“Mostramos que é possível uma reação a esse novo populismo digital extremista que pretende solapar as bases da democracia”, disse o ministro em sua despedida.

SAIDINHA ‘OUT’
Enquanto a oposição soltava foguetes pela aprovação definitiva do fim da saidinha de presos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça definiu como “definitivo” que as novas regras não valem para quem já está usufruindo do benefício.

Ao analisar um caso específico, de um detendo de Minas Gerais, o ministro concluiu que a justiça local não poderia ter suspendido a saidinha, uma vez que a lei “não pode retroagir para quem cumpre pena” e tem o direito adquirido.

PENSE NISSO
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) consultou o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, sobre a liberação das galerias durante votação de projetos “especificamente, relacionados aos trabalhadores”.

Quase sempre as sessões do Congresso — Câmara e Senado juntas — ocorrem no plenário da Câmara para acomodar, hipoteticamente 514 parlamentares, mas, se necessário for, para “cumprir com a principal função de ser a casa do povo”, as reuniões poderão ocorrer no Senado e liberar as galerias.

Nessa semana, durante votação da Lei Orgânica dos Policiais Civis, dezenas de trabalhadores estavam no Salão Verde, mas sem acesso ao que se passava lá dentro.

Pense nisso!

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