Arapongagem da Abin paralela esteve à beira de um Estado de exceção

Reforma tributária pode dar novo alento aos governadores. Relator da matéria no Senado quer discutir o pacto federativo e o endividamento com a União

Publicado em 11/07/2024 às 16:43

ARAPONGAGEM
A ação descontrolada da Abin-paralela mostrou uma cena curiosa que Brasília poucas vezes viu. Autoridades do Congresso Nacional, do Poder Judiciário e jornalistas estavam sempre no radar dos arapongas, tudo como “o objetivo de obter vantagens políticas”, conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos espionados. Os outros ministros, também monitorados, eram Dias Toffoli, Luiz Fux, Luis Roberto Barroso.

NÃO DEIXAR BARATO
Alvo da ação dos “espiões”, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), falou em “medidas cabíveis” para responsabilizar criminalmente o então diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem (PL-RJ), atualmente deputado federal. Isso “é comportamento de governo totalitário e criminoso, típico das piores ditaduras”. Lira falou em tomar “medidas legais cabíveis contra ele (Alexandre Ramagem) e outros envolvidos nas esferas civil e criminal.”

TRANCA-RUA
A festa na casa do deputado Waldemar Oliveira (Avante-PE) para prestigiar o aniversário de Elmar Nascimento (União Brasil-BA), pode ter sido o maior empurrão na disputa pela presidência da Câmara, mas os vizinhos não gostaram do barulho na quadra, no Lago Sul, região luxuosa de Brasília. Quando o grupo baiano Timbalada começou o batuque, a mansão de “Dema” estremeceu.

ALIADOS DOS GOVERNADORES
A escolha do senador Eduardo Braga (MDB-AM) para relatar a reforma tributária no Senado pode ser a solução do problema que os governadores não conseguiram equacionar, quando o assunto foi debatido na Câmara. As análáises da regulamentação da reforma não seguiram a premissa do “pacto federativo” que tanto se escuta no Congresso. Ex-governador, Eduardo Braga quer conversar com os gestores estaduais, “no início de agosto”, promete.

É BRONCA
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), fez chegar ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, “uma certa inquietação” da maneira como diplomatas do Itamaraty trataram o episódio de ação da PM fluminense contra três crianças filhas de embaixadoras, em umas das ruas da capital. O governador disse que, com o objetivo de “crucificar” os policiais, o Itamaraty “avacalhou” a corporação.

PENSE NISSO!
Morro e não me acostumo com ministro do Supremo Tribunal Federal dando palpite sobre ações que tenham enfrentado julgamento na Corte. É claro que receber uma outra ou as duas partes interessadas, tudo bem. Mas já dizer que este ou aquele tema é “inconstitucional” é ir de encontro à liturgia do cargo.

Em audiência com lideranças indigenistas, o ministro Edson Fachin disse que não considera “inconfidência” afirmar que a tese do marco temporal está eivada de “inconstitucionalidade”.

"Eu já tive a oportunidade de dizer no voto, portanto, não cometo aqui nenhuma inconfidência a repetir que,à luz do parâmetro constitucional, não tem dúvida alguma acerca da inconstitucionalidade do marco temporal”. Do jeito que sua excelência diz, é como se os argumentos dos demais integrantes da corte não tivessem a menor importância.

Pense nisso!

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