Senado aprova anistia a dívidas de partidos políticos
Quando o assunto é a eleição da Venezuela, o governo brasileiro - e o presidente Lula em particular - constrangem a democracia, apoiando a ditadura
CAMOMILA
A agilidade que fluiu aos borbotões na Comissão Mista do Orçamento (CMO), para rejeitar medida provisória que aumenta o caixa do Poder Judiciário em R$ 1,3 bilhão, minguou quando a MP chegou ao plenário da Câmara dos Deputados. Na CMO não faltaram argumentos de retaliação contra decisão do ministro Flávio Dino do Supremo Tribunal Federal (STF) quando ele mandou brecar a liberação de emendas parlamentares, “até que o Congresso Nacional adote medidas de transparência”. No plenário da Câmara faltaram votantes. O assunto será decidido no fim do mês.
DOIS EM UM
Atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia chamou o colega Alexandre de Moraes de “grande ex-presidente que cumpriu um enorme papel”. Essa dupla militância de Moraes, quando comandou a justiça eleitoral e embaralhava as cartas com suas funções no STF, mereceu comentário do jurista Aury Lopes. Se referindo ao “tal poder de polícia do juiz eleitoral”, ele escreveu que “se, para fins eleitorais o sistema tolera, para o processo penal é postura inquisitória inadmissível.”
VENDA CASADA
Um dia após o ministro Flávio Dino bloquear a liberação de emendas parlamentares, alegando “total falta de transparência”, o presidente Lula da Silva (PT) - que já foi congressista e também chefe de Dino - acusou o Congresso Nacional de ter sequestrado o orçamento. “Hoje o Congresso tem metade do orçamento que o governo tem. Não tem nenhum país do mundo em que o Congresso tenha sequestrado parte do orçamento em detrimento do Poder Executivo”, disse Lula. Isso faz lembrar quando você compra um smartphone e a vendedora “empurra” um seguro contra roubo.
ANISTA [ATUALIZADA]
O Congresso Nacional nem se mexeu, muito menos a Previdência fez os cálculos, mas a conta será espetada em algum bolso, certamente do pagador de impostos. Ainda que não seja um perdão total, mas as legendas que devem à Previdência Social (R$ 49 milhões) e que têm outras dívidas, incluindo a Justiça Eleitoral, que podem atingir a cifra de R$ 300 milhões, vão renegociar por meio de um Refis sem juros e sem mora. 180 meses é o limite para quitar esse endividamento. Humberto Costa (PT) e Fernando Dueire (MDB) votaram a favor. Teresa Leitão (PT) não votou. A senadora está em licença médica. PS: a nota foi atualizada para dizer que, ao contrário do que tinha publicado, a senadora esteve ausente na votação.
TIRANDO CASQUINHA
O presidente Lula quer “o maior número possível” de medalhistas no desfile do 7 de Setembro, em Brasília. Radicado na cidade Sobradinho (DF), distante 25km da casa de Lula, Caio Bonfim, prata na marcha atlética dos Jogos Olímpicos de Paris, treina diariamente no meio da rua, nas calçadas, nas estradas vicinais.
PENSE NISSO!
Esses advérbios de tempo não têm mesmo o que fazer, a não ser constranger o verbo; assim como muitos dos adjetivos envergonham os substantivos.
É só pegar a frase de Lula que não se acanha em jogar água benta em ditaduras, e analisar o que o presidente disse nesta quinta-feira (15) à rádio T. Ele afirmou que “ainda não reconhece a eleição” do ditador Nicolás Maduro. Sabidamente fraudada, diga-se de passagem!
- Ainda não. Ele [Maduro] sabe que está devendo uma explicação para a sociedade brasileira e para o mundo”, disse Lula.
Na verdade, quem deve uma explicação aos brasileiros é Lula da Silva que “liquida” o que ainda resta do seu capital político, torrando em argumentos sustentados por advérbios fajutas, para justificar seu engajamento com governos que sabotam a democracia.
Pense nisso!