Brasília lamenta morte de Silvio Santos e país tem três dias de luto oficial
Supremo dá sinais de que resolveu, mesmo, enquadrar o Congresso até que deputados e senadores implantem a transparência na liberação de emendas
O HOMEM DO BAÚ
Em Brasília, autoridades lamentam a morte do comunicador Silvio Santos (1930-2024). Do presidente Lula da Silva (PT) que lembra que “Ao longo dos anos, nos encontramos em programas de TV, reuniões e conversas, sempre com respeito e carinho”, e que sua morte “deixa um vazio na televisão dos brasileiros e marca o fim de uma era na comunicação do país”; ao ministro Luiz Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, Silvio Santos “deixa marca eterna na comunicação por sua conexão única com o público e que atravessou gerações”. No Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado Federal, afirmou que “a magnitude alcançada pelo carisma, pela versatilidade e pelo talento de Silvio Santos o tornou imprescindível como um dos maiores comunicadores do entretenimento do nosso país”. Já Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, disse que a trajetória profissional de Silvio Santos “é exemplo para todos os brasileiros”. O país está, oficialmente, de luto.
SILVIO SANTOS VEM AÍ!
Sua passagem meteórica pela política partidária lhe rendeu o apelido do “candidato The Flash”. O Partido Municipalista Brasileiro (PMB) levou o comunicador à então acanhada sede da Justiça Eleitoral, em Brasília. Sorridente, distribuiu autógrafos e promessas.
Dez dias depois, Sílvio Santos estava fora da corrida presidencial. Tanto por irregularidades no PMB como na papelada, a candidatura não decolou. "A maior dificuldade minha é que o meu nome não aparece na cédula", reclamou o Homem do Baú, na propaganda eleitoral.
VISITA AMOROSA
A direção do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, fez chegar à ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deseja fazer uma visita à Justiça Eleitoral brasileira. Por meio da diplomacia venezuelana, Elvis Amoroso, presidente do CNE, quer “deixar às claras” as atas das eleições presidenciais, referendadas por ele e seus apaniguados diretores, que dão ao ditador Nicolás Maduro pequena margem de votos ante o candidato de oposição. O candidato da situação teria sido reeleito com 51,2% dos votos. Edmundo González, da oposição, teria recebido somente 44,2% do apoio dos votantes.
SAIA JUSTÍSSIMA
A candidata do PT à prefeitura de Goiânia (GO), Adriana Accorsi, fez chegar aos ouvidos do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que teria sentido a falta do presidente Lula na convenção do partido. Delegada da Polícia Civil, Adriana é filha de um amigo de Lula, Darci Accorsi (1945-2014) ex-prefeito da cidade onde a filha agora está na disputa. “Aqui o jogo é pesado e a presença dele [Lula] sempre será fundamental”. Na agenda do presidente, Lula só esteve em três convenções municipais. Foi a Fortaleza (CE), apoiando o deputado estadual Evandro Leitão; ao seu reduto, São Bernardo do Campo (SP), na escolha do também deputado estadual Luiz Fernando; e, na capital paulista, quando o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) sacramentou sua candidatura.
RESQUÍCIOS DA LAVA JATO
A prisão de Renato Duque ex-diretor da Petrobras, condenado a 20 anos e oito meses, é o que há de derradeiro suspiro de uma investigação que apontou um prejuízo de R$ 18 bilhões - em valores atuais. Indicado pela direção do PT, Duque era - na estatal - “o homem de José Dirceu”, ex-capitão do [primeiro] time de Lula. Tudo e todos estão intrinsecamente ligados.
DICA DE LIVRO
Como um camelô “poderia construir um império no Brasil?” A resposta pode ser dada em “Silvio Santos - A biografia” de Maria Batista e Anna Medeiros, editora Universo dos Livros. As autoras sustentam que “esse homem [Senor Abravanel] desenvolveria negócios voltados às classes mais populares no Brasil e se tornaria sinônimo da história da televisão brasileira”. Recomendadíssima!
PENSE NISSO!
Poucas vezes um governo esteve tão em alta no Supremo Tribunal Federal, como a gestão 3.0 de Lula da Silva.
E não se trata tão somente da maioria dos indicados. Dos 11 integrantes do STF sete foram nomeados em gestões do PT, mas é que a onda está à favor do Executivo, principalmente, porque o outro lado do balcão - o Poder Legislativo - está em pé guerra com o Judiciário.
A acachapante derrota do Congresso Nacional que viu a unanimidade dos ministros manter a decisão de bloquear a liberação de emendas parlamentares é sinal de que se houver guerra, os mísseis do Judiciário não estarão voltados para o Planalto, não.
Pense nisso!