Alexandre de Moraes manda investigar ex-assessor por vazamento

Senado Federal dá primeiro passo para fragilizar a Lei da Ficha Limpa que "varreu" da política - por um bom tempo - candidatos com a ficha suja

Publicado em 21/08/2024 às 19:48 | Atualizado em 21/08/2024 às 20:24

O PERIGO BEM AO LADO
Lendo o despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandando investigar seu ex-auxiliar Eduardo Tagliaferro, na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, eu lembrei de um filme chato e previsível, embora recomendável. “O Perigo Mora ao Lado”, dirigido por Andrew Cymek.

No suspense do canadense, um casal vai morar em um subúrbio onde pretende criar o bebê que está para nascer. Acontece que a futura mamãe - vivida por Sara Mitich - percebe hábitos incomuns nos novos vizinhos.

Quando estava no TSE, Tagliaferro teria participado da trama que acabou vazando informações de ações pouco ortodoxas juntamente com o juiz auxiliar Airton Vieira. O processo que trata da investigação está sob sigilo. Ganha uma xícara de café do povoado de Ibitiranga, em Carnaíba, quem acertar qual dos 11 ministros do STF vai chefiar a operação.

EFEITO DILMA
Chegou a conta da má gestão dos Correios, durante o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). Em valores atualizados, estima-se em R$ 15 bilhões o total da dívida da empresa com o Postalis para cobrir o rombo no plano de aposentadoria dos funcionários. Recentemente, a empresa assinou “contrato de confissão” e transferiu para o fundo de pensão metade desse valor. A CPI dos Fundos de Pensão apontou que recursos dos funcionários dos correios foram investidos em títulos deficitários da Argentina e da Venezuela. Os negócios “foram influenciados por interesses políticos”, como aponta o relatório da comissão.

DUPLICAÇÃO DA BR-423
O senador Fernando Dueire (MDB) comemorou a autorização da Assembleia Legislativa de Pernambuco para as obras de duplicação da BR-423, no trecho entre São Caetano e Cachoeirinha. Dueire vai ao ministro dos Transportes, Renan Filho, e ao superintendente do Denit em Pernambuco, Bruno Bittencourt para detalhar o calendário de execução da requalificação da rodovia. “A rodovia é importante por que vai impulsionar o desenvolvimento na região”, ressalta o parlamentar.

FICHA [QUASE] LIMPA
A Comissão de Constituição do Senado deu importante passo para fragilizar a Lei da Ficha Limpa, reduzindo o prazo de inelegibilidade de políticos com a ficha suja. A regra hoje determina que se uma pessoa vier a ser condenada e tornar-se inelegível, por oito anos, por exemplo, o tempo que ela vai ficar sem poder concorrer a um cargo eletivo conta após o cumprimento da pena ou do fim do mandato. Pelo que os senadores aprovaram ontem, o prazo desse inelegibilidade não poderá ser maior do que 12 anos.

INICIATIVA POPULAR
A Lei da Ficha Limpa foi uma iniciativa popular que contou com a assinatura de mais de 1,6 milhão de eleitores. Em recente julgamento do STF, o ministro Gilmar Mendes disse que “[A] Lei da Ficha Limpa foi feita por bêbados”. Um dos autores da iniciativa popular, o advogado Márlon Reis critica as modificações dizendo que elas “ferem o coração da lei”. No entanto, o relator do projeto, senador Weverton Rocha (PDT-MA), rebate as críticas afirmando que o projeto “corrige distorções” na Lei da Ficha Limpa. “Houve muita má fé de alguns setores que desinformam a população”, sustenta.

PENSE NISSO!
Fujões ou precavidos?

Há um grupo de analistas que classifica candidatos como José Luiz Datena (PSDB), Ricardo Nunes (MDB) e Guilhermo Boulos (Psol) como fujões. Eles não têm capacidade de enfrentar um debate qualquer que seja o tema ou abordagem.

Outros - inclusive as assessorias dos três políticos - defendem que “há uma regra de civilidade” que, mesmo não estando escrita, precisa ser seguida.

Em São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), considerado um “outsider,” partiu com gosto de gás e emparedou Boulos em recente debate. Deu no que deu.

O que se quer em debates? Extrair todas as informações do candidato. Certo? Inclusive se é ou não mal educado. Então, quem faltar é fujão.

Imagine em meio a um comício, o candidato está lá fazendo suas promessa, quando de repente alguém da pleiteia - que não é da claque contratada - faz um desafio, uma provocação. O que fazer? Coloca fora aos sopapos? Argumentos?

O candidato tem que ser preparado para momentos difíceis na campanha, nem que chova canivete. Afinal, nem sempre o vento sopra a favor.

Pense nisso!

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