Empate técnico em São Paulo inquieta tanto a Lula como a Bolsonaro

10% dos municípios brasileiros enfrentarem graves consequências motivadas pelas queimadas. Prejuízo soma R$ 1,3 bilhão, segundo a CNM

Publicado em 26/09/2024 às 20:38 | Atualizado em 26/09/2024 às 21:40

CENÁRIOS INDEFINIDOS
A última pesquisa do Datafolha mostra que, nem de longe, a eleição na capital paulista está definida e todos os cenários estão sendo traçados, principalmente pelos apoiadores dos três candidatos: Ricardo Nunes (MDB) que tem 27% das intenções de voto, Guilherme Boulos (Psol), com 25% e logo em seguida, Pablo Marçal (PRTB): 21%.

ESTRATÉGIAS IMPROVÁVEIS
No QG do bolsonarismo o cenário é de que quanto mais cresce a candidatura de Pablo Marçal, e houve ligeira elevação se comparada aos números anteriores, haverá possibilidade de perda de prestígio dos aliados do ex-presidente, inclusive do filho 03, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mais bem votado na história do país. Ele é forte candidato [até aqui] ao Senado Federal.

PORÉM
Na hipótese - que não pode ser descartada - de que Pablo Marçal vá para o 2º turno, na disputa de outubro, e vindo a ser derrotado, ele passará a ser forte ameaça ao sonho de 03 de sentar-se em uma das 81 cadeiras de senador. Os Bolsonaros estão inquietos.

LULA, O INSONE
Para o PT, Boulos “é o que tinha”. O partido aceitou a ex-prefeita Marta Suplicy de volta para ter um pé na chapa com o Psol. Agora que há a possibilidade de Boulos ir ao segundo turno o Planalto respira aliviado. “E se não for?”, questiona um petista graúdo. Como na linguagem popular, o PT estará diante de possibilidades “inimagináveis”: apoiar Ricardo Nunes ou Pablo Marçal.

- Nenhum, diria outro dirigente petista que entende das nuances da legenda.

BOLSONARO APOIA ADVERSÁRIO
Se a relação com o PL não anda as mil maravilhas, a ponto do próprio Valdemar Costa Neto, presidente do partido, propor uma DR, o ex-presidente Bolsonaro subiu no palanque, no entorno de Brasília, de uma candidata adversária: Maria Yvelônia (Solidariedade). Em Valparaíso (GO) o bolsonarismo tem candidato: Zé Antônio (PL), mas o ex-presidente torceu o nariz para o aliado.

GILMAR NA TIMES SQUARE
A ocasião não poderia ser melhor: Nova York repleta de chefes de Estado, de assessores para qualquer assunto, de acompanhantes e outros advérbios e no centro da cidade, acendem-se as luzes e quem aparece na projeção da Times Square? Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal. Ao lado da fotografia do relator do marco temporal sobre posse de terras indígenas, a abonada Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) divulgava uma frase pedindo a suspensão da regra e uma profecia: Em um mundo em chamas, nós somos a chuva”.

QUEIMANDO DINHEIRO PÚBLICO
Mais de 10% dos municípios brasileiros [573] foram “diretamente” afetados, entre agosto e setembro, pelo cenário de falta de chuvas, calor e queimadas. Os dados são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) qu estima prejuízos de mais de R$ 1,3 bilhão. “O cenário reforça a urgência de o Brasil adotar medidas concretas e que possibilitem a prevenção e o enfrentamento de desastres como esses que estamos agora vivenciando e que impacta gravemente a saúde de milhões de pessoas, o meio ambiente e o desenvolvimento do país“, apela Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.

PENSE NISSO!
Machado de Assis (1839-1908) e sua verve por vezes irônica dizia que “Não é a ocasião que faz o ladrão; o provérbio está errado. A forma exata deve ser esta: A ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito."

E foi por que, mesmo, que eu puxei da memória essa frase que uma professora do Colégio Evangélico de Petrolina (PE) repetia à exaustão?

A professora Diva Cavalcanti dizia que é “sempre bom e prudente ter um pé atrás - aliás dois - com certas pessoas que prometem mundos e fundos.”

Pode ser que venham daí - desse discurso de Machado de Assis - as respostas de recente pesquisa sobre aquilo que os eleitores mais esperam dos candidatos. Boa parte deles quer um “tocador de obras”. Honestidade vem na rabeira.

Pense nisso!

 

 

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