Boulos cai na pegadinha de Marçal e sabatina pouco acrescenta

Assessor de deputado guardava R$ 70 mil em casa "para pagamentos triviais". Parlamentar investigado diz à coluna que está sendo perseguido

Publicado em 25/10/2024 às 18:20

INGÊNUO DEVANEIO
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) esperava ser incensado por Pablo Marçal (PRTB), aceitou dividir o microfone com o ex-adversário, em uma transmissão ao vivo chamada de sabatina. Acabou sendo engolido pelo ex-influencer, corroborou com argumentos conservadores - que não condizem com seu currículo - e à medida que crescia a audiência, “monetizava” os negócios de Marçal. Boulos esperava “capturar” votos de indecisos. As urnas dirão amanhã se logrou êxito ou não.

SUMIRAM COM O VELHINHO
O regimento comum do Congresso Nacional indica que para instalação de uma CPI o pressuposto da idade dos parlamentares é fundamental para o início do seu funcionamento. O deputado ou o senador mais idoso do colegiado é quem abre os trabalhos, comanda a eleição do presidente e este, uma vez eleito, “toca o barco” para escolha do vice-presidente e do responsável pela relatoria.

INVESTIGAÇÃO DAS BETS
No Senado, estava tudo pronto para o início dos trabalhos da CPI das Bets, só que na última hora, se deram conta que o mais idoso deles, Otto Alencar (PSD-BA), não estava na Casa. A comissão vai investigar a entrada das bets no Brasil, a partir do 2018 e suas influências nos clubes de futebol. Além de apurar o papel de influentes personagens artísticas nas suas propagandas.

‘PATUFO’ DE DINHEIRO
No interior de Goiás, de onde vem a família do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), a expressão significa uma quantia “avantajada” de dinheiro. Pois a Polícia Federal encontrou na casa de um dos assessores do parlamentar, R$ 70 mil em espécie - em dinheiro vivo, como costumam dizer os goianos. A operação da PF apura denúncia de desvio de recursos públicos da cota parlamentar.

- Eles [agentes da PF] chegaram aqui em casa, esmurrando a porta. Numa sexta-feira, a dois dias das eleições, claramente tentando prejudicar meu candidato [ Fred Rodrigues] aqui em Goiânia, disse o deputado.

MÚSICA, CAFÉ & CONVERA
O cantor e compositor Juliano Muta está com “Nesse Lugar Fora Daqui” nos streamings. Aqui na coluna não para de tocar. Fosse de vinil e o disco com nove músicas já estaria furado. Muta arregimentou um naipe de artistas como Yuri Queiroga, na guitarra; Breno Cunha, na sanfona; Moab Nascimento, em brilhantes solos de trombone; Guga Fonseca, nos teclados; baixo de Luccas Maia e a presença marcante da voz de Tiné [Academia da Berlinda]. O resultado desse trabalho primoroso você confere neste sábado (26), às 10h40, no quadro Café & Conversa da Rádio Jornal e, logo após, na aba de podcasts. É a dica do fim de semana.

ESPERANDO NA JANELA
O poeta baiano Renato Mattos, radicado em Brasília, escreveu certa vez: “o que bota moça a perder é casa de muita janela”. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a presidente nacional do PT, Glesi Hoffmann (PR), levaram para as redes sociais o embate que envolve PT e PL na política brasileira. Toda semana, ao menos uma vez, Gleisi vai aos perfis de Michelle, escarafuncha os comentários da ex-primeira-dama e rebate as críticas quase sempre endereçadas ao presidente Lula da Silva (PT). A recíproca é verdadeira. Cada deslize de Lula e Michelle “desce a lenha” no presidente.

O DERRADEIRO DUELO…
… e não, necessariamente, o último, foi uma postagem de Michelle Bolsonaro. Em cima de um caminhão no comício de Fred Rodrigues (PL), que disputa a prefeitura de Goiânia (GO), a ex-primeira-dama disse que política é um ato “colaborativo” entre casais: “O maridão ali, machão, gestor, administrador. E a mulher com esse olhar feminino, sabe, de ajudar ali no social”.

‘PESADELO’ POLÍTICO
A petista não se conteve: “nós lutamos muito para chegar até aqui. Que pesadelo ouvir Michelle defendendo que política seja feita por ‘marido machão’”, rebateu Glesi Hoffmann. O embate está só começando.

PENSE NISSO!
Como Brasília não tem eleições municipais, a expectativa por aqui, por esses dias, é para o retorno dos trabalhos [finalmente] no Congresso Nacional e os lançamentos de candidaturas à presidência da Câmara. No Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) nada de braçadas.

Não é novidade pelo salão verde, o mais importante da Casa, que Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Hugo Motta (Republicanos-PB) e Antonio Brito (PSD-BA) passaram o esticado recesso informal, fazendo cálculos e disparando mensagens nos infindáveis grupos de WhatsApp.

A estratégia de Hugo Motta é se pendurar no prestígio do “padrinho”, Arthur Lira (PP-AL), procurar indecisos - inclusive os petistas - e oferecer “parcerias” na divisão do bolo chamado de mesa diretora. O colegiado formada por 11 parlamentares.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, vai arregaçar as mangas para alavancar a candidatura de Antonio Brito, não descartando bater à porta de importante gabinete no 3º andar do Palácio do Planalto, onde Lula despacha, quando não está acamado ou viajando.

Elmar Nascimento, que já foi o ungido de Lira, agora anda com o projeto de lei que anistia envolvidos no quebra-quebra de 8 de janeiro. Essa a principal bandeira de bolsonaristas no Parlamento.

No Congresso Nacional muitos jogam dama. Destacam-se aqueles que apreciam o xadrez [E aqui me refiro ao jogo criado por Han Xin (231-196)], sem trocadilho.

Pense nisso!

 

 

Tags

Autor