Reviravolta no caso Collor de Mello: condenação pode sair nesta semana
PT assina manifesto contra ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidente do partido joga culpa na mídia e no mercado financeiro
A LAVA JATO É AQUI
Condenado a oito anos e dez meses, em regime fechado, por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRD-AL) vai ganhando fôlego, feito um gato que, segundo a lorota popular, tem sete vidas. Collor é acusado de ter embolsado R$ 20 milhões em propina para facilitar negócios de uma empresa com BR Distribuidora, antiga subsidiária da Petrobras.
REVIRAVOLTA
O placar no Supremo Tribunal Federal (STF) já estava 6 x 2 para confirmar a sentença, quando o ministro André Mendonça pediu para retirar o julgamento do plenário virtual [onde os ministros escrevem seus votos, sem debate], para trazer para o plenário presencial: os embates correm soltos. Os dois votos divergentes - Gilmar Mendes e Dias Toffoli - defendem redução da pena do ex-presidente condenado no âmbito da Operação Lava Jato.
MUI AMIGO
Um dia, o presidente Lula da Silva (PT) chama de “amigo” o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Em outro, Lula diz que Maduro é um problema da Venezuela, país que “exporta”, por dia, mais de 200 pessoas que atravessam a fronteira em Pacaraima (RR). Maduro é um problema para o mundo, embora a responsabilidade seja de quem o criou.
LIBEROU GERAL
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) organiza um mutirão para revisar condenações de presos que tenham cometido faltas graves, procedimentos disciplinares ou ainda porte de maconha no interior dos presídios. Decisão do STF descriminalizou o porte de até 40 gramas de maconha para consumo pessoal.
PT RACHADO AO MEIO
A ala do Partido dos Trabalhadores que vem criticando publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou manifesto contra cortes de gastos, acusando a mídia e o setor financeiro que teriam criado “o fantasma de uma inexistente crise fiscal”. Ganha uma xícara de café pernambucano, um dos mais tradicionais do Brasil, quem adivinhar onde está, realmente, a crise.
TRANSPARÊNCIA QUASE NADA
Fontes ligadas ao ministro Flávio Dino, do STF, indicam que o projeto de lei que cria regras sobre as emendas parlamentares “nem de longe” trás a transparência exigida pelo Judiciário. Flávio Dino quer que o Poder Executivo tenha papel mais ativo quando da execução das emendas. Aprovado na Câmara, o projeto deve ser votado nesta quarta-feira (13) no Senado Federal.
PENSE NISSO!
Era início dos anos 2000, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) assinou medida provisória instituindo o pagamento da meia-entrada em espetáculos culturais, nos teatros e nos cinemas.
Era uma farra porque quem tinha, por lei, direito a pagar a metade do preço correu para providenciar - de uma forma ou de outra, se é que você me entende - um documento comprovando que podia entrar pagando somente a metade do valor do ingresso.
Extensas, as filas da meia-entrada se formavam à medida que minguavam as aglomerações de quem pagava a “entrada cheia”.
Não tinha quem fizesse fazer chegar aos ouvidos de quem pagava a meia que o “desconto” estava embutido no preço.
Lendo o balão-de-ensaio da deputada Erika Hilton (Psol-SP), propondo o fim da escala de trabalho 6x1 (seis dias de trabalho por um de descanso), logo me surgem aqueles argumentos de que “o trabalhador precisa de mais tempo com a família”.
Sua excelência, a parlamentar do Psol, argumenta que a redução da jornada semanal de trabalho “já é uma realidade em países como o Reino Unido, a Alemanha e França”.
Até o argumento de que “a produtividade cresce” foi empregado pela parlamentar. Ou Erika Hilton nunca leu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), datada de 1943, ou precisa urgentemente ser apresentada à realidade do que significa gerar um vaga de trabalho na iniciativa privada.
Não duvido nada que alguém venha com o argumento do filósofo Paul Lafergue (1842-1911), autor de “O Direito à Preguiça”, quando fala de “uma estranha loucura (que) se apodera das classes trabalhadoras. Essa loucura é o amor ao trabalho, a paixão moribunda pelo trabalho, levada ao ponto da exaustão das forças vitais do indivíduo…”
Pense nisso!