Agora é lei: 1º de agosto passa a ser o Dia Nacional do Maracatu
Está quase chegando lá. É a frase constantemente escutada nos corredores do Executivo, quando o assunto é corte de gastos. De hoje não passa. Será?
DIA NACIONAL DO MARACATU
Sisudos assessores, políticos apressados, maracatus de Pernambuco e do Distrito Federal estavam no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (12) para acompanhar assinatura da lei que institui 1º de agosto, como o Dia Nacional do Maracatu. A data não poderia ser mais apropriada: é a data do aniversário do mestre Luís de França (1901-1997), líder do Maracatu Leão Coroado, de Pernambuco. “Eu não entendo porque eu estou aqui (no Palácio do Planalto) faz quase dez anos e nós nunca fizemos uma festa com o Maracatu. Eu não aceito que um movimento tão importante como este não tenha financiamento”, disse o presidente, virando-se para a ministra da Cultura, Margareth Menezes e cobrando investimento de empresas públicas, também.
FAMÍLIA SALU DEU O TOM NA FESTA
Pedro Salu, um passista de primeira, mostrou ao presidente Lula e aos convidados que quem não tem o remelexo do filho do Mestre Salustiano, é melhor assistir a uma certa distância para não travar, no primeiro movimento.
‘CADÊ O RABEQUEIRO?’
A impaciência do presidente com algumas pautas que estão travando o governo, logo foi se esvaindo. O semblante carrancudo deu lugar a gestos com o polegar para cima de total aprovação, inclusive, quando ouvia do mestre da rabeca, Maciel Salu, dizer que “a data é importante”, mas que só isso não basta. “é também preciso que o governo se envolva com o projeto de divulgação do Maracatu”. À coluna, Maciel Salu fez um desabafo: “o que mais chama a atenção é que muitas secretarias municipais de cultura estão se transformando em promotoras de eventos”, afirmou.
CASERNAS INQUIETAS
Quando o diretor de uma novela se perde no roteiro e ora aposta que para colocar a trama de pé é preciso caprichar na maquiagem, logo, logo ele percebe que o resultado não é o esperado. Na novela de cortes de gastos do governo Lula, a cada demora em tomar as medidas recomendadas pela equipe econômica, surge um boato, as redes sociais explodem os personagens envolvidos - e até os coadjuvantes começam a dar sinais de esgotamento. O boato do momento é de que Lula vai cortar no sistema previdenciário dos militares.
‘ALTAMENTE DEFICITÁRIA’
A equipe econômica tem um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), atestando que o regime de aposentadoria dos militares é um dos mais deficitários. De um integrante da equipe econômica: “de amanhã [hoje] não passa”. É para conferir.
A PEC 6X1
A tirar pela pequena (28%) quantidade de parlamentares pernambucanos que assinaram a PEC de redução da jornada de trabalhadores, a maioria não está nem aí ou a pressão e o convencimento não falam a mesma linguagem. Até o meio-dia desta terça-feira (12) sete deputados, de um total de 25, assinaram o requerimento da Proposta de Emenda Constitucional: Fernando Rodolfo (PL), Maria Arraes (Solidariedade), Clodoaldo Magalhães (PV), Carlos Veras (PT), Pedro Campos (PSB), Renildo Calheiros (PCdoB) e Túlio Gadêlha (Rede Sustentabilidade).
PERFORMANCE PERNAMBUCANA NO G20
A multiartista Luna Vitrolira será a voz de Pernambuco em evento do Greenpeace, durante o encontro do G20, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (14). Nesse período, Luna vai ao Circo Voador, no Rio de Janeiro (RJ), participando de sarau em homenagem à historiadora Beatriz Nascimento (1942-1995). Direitos humanos de negros e mulheres no Brasil será o foco do trabalho a ser mostrado por Luna Vitrolira.
PENSE NISSO!
Ou um presidente da República pode menos do que aparenta ou Lula da Silva, como se diz na linguagem popular, entrou no modo “conversa pra boi dormir”.
Ao assinar uma lei que determina a celebração do Dia Nacional do Maracatu será sempre em 1º de agosto, o presidente contou nos nove dedos das mãos e desabafou que está no comando do país há mais de nove anos e que não sabe “por que nunca teve uma festa de maracatu”, no Palácio do Planalto.
- Quer um exemplo, ministra Margareth (Menezes). Outro diz eu queria trazer pra cá [para Brasília] um show de carimbó, lá do Pará. Me informaram que não tinha dinheiro.
O presidente deixou claro que já havia insistido antes, mas “que não fizeram andar”. Ou seja, ao que parece a área da Cultura - e sua possante estrutura de ministério - fez ouvido de mercador ao desejo do presidente.
Ou será que vale a máxima: um presidente pode muito, mas não pode tudo. Como trazer a Brasília um show do maracatu pernambucano.
Pense nisso!