PEC 6x1 não despertou interesse na maioria da bancada de Pernambuco

Ministério da Cultura promove evento, durante G20, deixa de fora movimentos culturais como Maracatu e o Bumba Meu Boi e a PGR poderá investigar gastos

Publicado em 13/11/2024 às 19:37 | Atualizado em 13/11/2024 às 20:51
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MAIORIA DA BANCADA CONTRA PEC 6X1
De um total de 25 deputados, apenas 12 deles assinaram o requerimento da PEC da deputada Erika Hilton (Psol-SP), trocando a jornada de trabalho de seis dias por um de folga para 36 horas semanais, “divididas em quatro dias”. A parlamentar argumentou que a medida vem “para que o trabalhador tenha mais tempo para a família, os estudos, a diversão e o aperfeiçoamento”. Para ser aprovada, uma proposta de emenda à Constituição precisa receber, no mínimo, 3/5 dos votos em cada Casa Legislativa: 308 na Câmara e 49 no Senado.

QUEM SÃO ELES
Fernando Rodolfo (PL), Maria Arraes (Solidariedade), Clodoaldo Magalhães (PV), Carlos Veras (PT), Pedro Campos (PSB), Renildo Calheiros (PCdoB), Túlio Gadêlha (Rede Sustentabilidade), Iza Arruda (MDB), Guilherme Uchoa (PSB), Eriberto Medeiros (PSB), Lucas Ramos (PSB) e Felipe Carreras (PSB).

DEPOIS DOS 45’ DO SEGUNDO TEMPO
Boa parte dos deputados que apoiaram a PEC assinaram o requerimento quase no último momento: “quando já tinha levantado a placa da prorrogação…”

CAMINHO LONGO…
… e, por vezes, tortuoso. Agora, a PEC vai à Comissão de Constituição e Justiça. Vindo a ser aprovada na CCJ, cria-se uma comissão especial para debater a medida, antes de ir ao plenário, onde passará por duas votações. O próximo passo será a análise pelos senadores. Os atuais dirigentes do Congresso Nacional não demonstraram nenhum interesse na proposta.

PRÓXIMA DIREÇÃO
Caso a proposta prospere, as novas mesas diretoras que tomam posse em fevereiro e os respectivos dirigentes das comissões é que vão lidar com o assunto. Ninguém está jogando as últimas fichas para cravar a aprovação da PEC.

‘JANJAPALOOZA’ NA MIRA DA PGR…
…é o que pede requerimento da deputada Carla Zambelli (PL-SP), “preocupada” com “vultosos investimentos do setor público” empregados no Festival de Cultura Aliança Global. Em tom de chacota chamado de Janjapalooza, o evento é promovido pelo Ministério da Cultura e incentivado pela primeira-dama, Rosângela Lula da Silva. “Janja vem tomando de assalto desde a emissora pública [EBC] até eventos institucionais do governo, ao alocar seus amigos artistas”, disse Zambelli.

‘VAI BOMBAR’
Em rápida conversa na terça-feira (12), a primeira-dama disse à ministra da Cultura, Margareth Menezes, que “nossa festa vai bombar”, e completou: “só faltou você”. Nomes como Alceu Valença, Ney Matogrosso e Maria Rita estão entre as atrações. A entrada é franca e o festival está sendo patrocinado por empresas públicas como Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaipu e Petrobras e também a iniciativa privada.

HONRA AO MÉRITO
Em contato com a coluna, o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, disse que aprova “com louvor” a iniciativa do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), de barrar o uso do cartão do Bolsa Família para gastos com apostas on-line, as chamadas Bets. “Elogiável, porque agora o governo tem condições de se antecipar e adotar providências imediatas, nesse sentido”, disse.

URGÊNCIA!
No telefone, o deputado Carlos Veras (PT-PE) comemora a aprovação do regimento de urgência para votação do projeto de lei que cria o Sistema Nacional de Economia Solidária (Sinaes). O projeto cria, ainda, a Política Nacional de Economia Solidária, “um marco no fortalecimento da economia solidária”, disse Veras.


PENSE NISSO!
Sem entrar no mérito da proposta da deputada Erika Hilton (Psol-SP), a PEC, que acaba com a jornada de trabalho de 6x1, padece da escassez de chances de prosperar. E tanto os 12 deputados de Pernambuco, que endossaram a proposta sabem, como os 13 que ignoraram os “apelos midiáticos”.

O governo não quer ficar “mal na fita” com o empresariado, a oposição tenta evitar uma “sinuca de bico”, e o Parlamento brasileiro, ao menos a maioria, teme uma generalizada quebradeira, principalmente dos pequenos negócios. Sem contar o desinteresse do colégio de líderes para com uma proposta “tão estressante”.

Bom seria se a deputada tivesse recuado e aceitasse apresentar um projeto de lei infraconstitucional - que não consta da Constituição Federal. Ao certo teria mais possibilidade de aprovação, embora houvesse menos embate, como bem gosta Erika Hilton.

O “balão de ensaio” acabou foi desviando a atenção da sociedade para importante tema que é a premente ação do governo para cortar gastos.

O presidente Lula da Silva (PT) tem muito o que agradecer à deputada.

Pense nisso!

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