Alexandre de Moraes diz que não há possibilidade de pacificação "com anistia a criminosos"

Mas oposição diz que projeto de anistia a envolvidos em atos de 8 de janeiro deve seguir na pauta da Câmara e que a hora é de pacificação

Publicado em 14/11/2024 às 19:16
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ANISTIA, NUNCA MAIS!
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, é a voz do presidente Lula da Silva (PT) na repercussão do atentado à Praça dos Três Poderes, na noite desta quarta-feira (13) e o projeto que anistia envolvidos no quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023. “Não estamos falando de um grupo de pessoas que quebrou um quadro ou uma cadeira. Estamos falando de armadilhas para matar policiais que estavam fazendo a investigação. Não é aceitável que se proponha anistia para esse tipo de pessoa”, disse.

‘ATO ISOLADO’
Em contato com a coluna, o deputado Coronel Meira (PL-PE) considera que o atentado do catarinense Francisco Wanderley Luiz não tem ligação com o partido “apesar de no passado ele ter sido candidato a vereador” e que “não há motivos para recuo” com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que trata da anistia de envolvidos nos atos de 8 de janeiro. “O momento é de pacificar o país”, resume o parlamentar pernambucano.

COLLOR NA BERLINDA
Em meio ao alvoroço causado pelo atentado que culminou com a morte de Francisco Wanderley Luiz, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a condenação do ex-presidente Fernando Collor de Mello, por corrupção e lavagem de dinheiro e decidiu por manter a pena de oito anos e dez meses de prisão, em regime fechado. Ainda cabe recursos, desde que a defesa do político alagoano apresente novos argumentos para reduzir a pena.

ÁGUA NO CHOPE
Enquanto se prepara para receber chefes de Estados das 20 maiores economias do mundo, o presidente Lula sentiu o baque: o atentado de quarta-feira à noite vai fazer o governo rever seu discurso de que o Brasil “é diferente de todo o mundo, quando o assunto é segurança”. A protecão às autoridades será reforçada e até eventos públicos como o “janjapalooza”, poderão ter a quantidade de público reduzida.

DIVERGÊNCIA BURRA
Assim como o dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues (1912-1980) argumentava que “toda unanimidade é burra”, no reduto bolsonarista, o senador Marcos Pontes (PL-SP) “escorregou” ao afirmar que as explosões na Praça dos Três Poderes “podem ser classificadas como ato terrorista”. Ex-secretário de Comunicação Social do governo Bolsonaro, o advogado Fábio Wajngarten ironizou as declarações do astronauta, dizendo que “deveriam ligar para Elon Musk” para localizar o “cérebro” do político.

¡MI COMPAÑERO!
Embora as relações estejam mais que estremecidas, o governo do presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, condenou “com veemência” o ato de explosão de artefatos em Brasília. Em nota encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores, o governo venezuelano creditou a ação a “uma onda fascista e antidemocrática" promovida pela extrema-direita”, e expressou solidariedade ao governo do Brasil.

NO LUGAR ERRADO
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), está em Roma, “em licença oficial”, conforme informou à coluna, o Palácio do Buriti, sede do governo de Brasília. Em 8 de janeiro de 2023, no momento em que ocorria um quebra-quebra, na Praça dos Três Poderes, Ibaneis estava “tirando uma soneca”.

ESFORÇO CONCENTRADO
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), convocou “todos os senhores e senhoras deputados” para estarem em Brasília, na segunda-feira (18), para “sessão de votações”. Lira quer passar a imagem de que a Câmara “não teme qualquer avanço de violência”, conforme disse a líderes partidários.

PENSE NISSO!
As investigações só estão começando, mas não custa imaginar que a Polícia Federal não deve dispensar nenhum indício de motivação para o ato que culminou com a explosão de bombas na Praça dos Três Poderes e a morte de Francisco Wanderley Luiz.

Um desses motivos é que “Tiu França” já tinha feito comentários no mínimo suspeitos, inclusive usando emojis de bombas.

É de se supor que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha um poderoso “software caçador de manifestações” seja pedindo uma xícara de café ou uma velada ameaça.

Nessa toada de fazer coro àqueles que chamam “Tiu Franca” de homem-bomba, o Planalto tem insistido no argumento de que há uma profunda diferença entre “ato isolado” e “agir sozinho”.

O aparato da inteligência do governo não se antecipou ao que aconteceu na porta do STF, e agora, as autoridades palacianas se atropelam para dizer que “o Brasil tem sido alimentado por um discurso de ódio”.

É preciso prudência.

Pense nisso!

 

 

 

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