Declarações da primeira-dama criam 'saia-justa' na Polícia Federal

No Senado, Davi Alcolumbre fecha com Lula, trai Bolsonaro e a vice-presidência da Casa deve ficar com um petista. Agora, a disputa é no PT

Publicado em 17/11/2024 às 11:17
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TESE SEM ARGUMENTO
Na Polícia Federal o inquérito “ainda se encontra em andamento”, mas na cozinha - e em outros cômodos da casa do presidente da República - a explosão que matou Francisco Wanderley Luiz, na Praça dos Três Poderes, foi um ato do “bestão, lá [que] acabou se matando com fogos de artifício”, nas palavras de quem mais conhece do que se passa no atual governo: a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, deve ter coçado a barba e se perguntado: “e agora”? O Brasil sabe em quem confiar.

PLANALTO AMARELO
Todo esse discurso se deu dois meses após os prédios públicos de Brasília se colorirem de amarelo, reforçando a “campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio”. Ou o governo escolhe os alvos de suas ações? O “bestão” não conta?

A PICADA DE ALCOLUMBRE
O PL tinha pedido a intervenção do ex-presidente Jair Bolsonaro para, na hora de negociar o apoio do partido ao eventual eleito presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), “um importante cargo na Mesa Diretora” fosse a moeda de troca.

LULA SAIU NA FRENTE…
… e apresentou a fatura. Alcolumbre terá o apoio do Planalto e, consequentemente, do partido do presidente. Com isso, o PT ficará com a vice-presidente do Senado, na próxima gestão de Davi Alcolumbre.

CURRICULUM VITAE
O mesmo Lula que “bateu o martelo” por um cargo na Mesa, já recebeu ao menos três “sugestões” de nomes para alojá-los na vice-presidência: Humberto Costa (PE), Jaques Wagner (BA) ou Fabiano Contarato (ES).

DE MALA E CUIA
Hóspedes desalojados de um hotel, no oitão do Palácio da Alvorada, terão de passar uma semana sem a linda vista do lago Paranoá. Todos eles, exceto um, tiveram que juntar as tralhas, às pressas, para dar lugar à comitiva do líder chinês, Xi Jinping, que visitará o presidente Lula. Somente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi poupado do vexame de sair puxando as malas.

PENSE NISSO!
Alguns itens são imprescindíveis em minha pequena maleta de viagem, incluindo estes dias no Recife: equipamentos para preparar um bom café, em qualquer lugar; o passaporte, até para não precisar voltar em casa, se houver necessidade de desviar a rota; e, a novela “A Morte de Ivan Ilitch”, de León Tolstoi (1828-1920).

Assistindo, ainda que a distância, esse “barraco” causado pelas declarações da primeira-dama, eu recorri ao meu livro de bolso para citar o “conde” quando ele se apodera nos dilemas do juiz do tribunal, à beira da morte, após “o padre tomar-lhe a confissão”:

”E, à medida que a existência corria, tornava-se mais oca, mais tola. ‘É como se eu estivesse descendo uma montanha, pensando que a galgava. Exatamente isso. Perante a opinião pública, eu subia, mas, na verdade, afundava’”.

É como se houvesse uma distância, propositalmente fictícia, entre a liturgia do cargo e a militância que engaja.

Siga o que diz, ao menos em público, o seu marido, minha senhora: “Eu queria dizer para vocês que essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém”. SILVA, Luiz Inácio.

Pense nisso!

 

 

 

 

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