Cacique que invadiu sede da PF é preso na Argentina
Emendas parlamentares, para surpresa de ninguém, viraram caso de polícia. Presidente da Câmara, Arthur Lira, finge que não é com ele e se cala
UM CACIQUE DO BARULHO
Envolvido até a última flecha com as maluquices do bolsonarismo, a ponto de tentar invadir a Superintendência da Polícia Federal em Brasília (DF), na noite da diplomação do presidente Lula da Silva (PT) e do vice, Geraldo Alckimin (PSB), o cacique Serere Xavante foi preso em 2022, solto, com a obrigação de usar tornozeleira eletrônica. Jogou fora o apetrecho e fugiu para a Argentina.O objetivo do indigenista era chegar até Salta, no pé da cordilheira dos Andes.
‘DEPORTAÇÃO ILEGAL’
Na fronteira, foi pego pela polícia aduaneira e levado para a sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu (PR). Após audiência de custódia, a justiça federal manteve a prisão do cacique. Em nota, a defesa afirmou que ao contrário do que afirma a polícia da Argentina, “Serere não estava como clandestino na Argentina, muito pelo contrário, ele tem autorização válida do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) para permanecer em solo argentino até a concessão, ou não, do asilo politico”.
EMENDAS VIRAM CASO DE POLÍCIA
Agora, que o Congresso Nacional informou que pode entrar com ação contra decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que mandou a Polícia Federal investigar repasse de verbas de emendas parlamentares, fica claro que para aprovar seus projetos, o governo do presidente Lula da Silva (PT) valeu-se de uma brecha no regimento da Câmara e irrigou a bancada de líderes partidários com mais de R$ 4 bilhões.
PÔNCIO LIRA PILATOS
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), foi o “arquiteto” do plano para tirar emendas das comissões e levá-las para o colégio de líderes - que, de antemão, não tem poderes para decidir sobre a destinação de emendas parlamentares. Flávio Dino entende que houve “deliberada decisão de descumprimento” das normas constitucionais. O pagamento das emendas está suspenso.
MEU CÉU MINHA VIDA
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), não dorme em serviço, quando muito com um olho aberto. O governador criou o programa Igreja Legal para resolver a situação fundiária de mais de 400 templos e terreiros. A maioria tinha invadido área pública, mas recebeu, com o perdão do trocadilho, a indulgência governamental.
PENSE NISSO!
O governador de Minas Gerais Tancredo Neves (1910-1985) recebeu, certa vez, um político do Triângulo Mineiro, desses que não podia ver uma geladeira [a gás] aberta. Um dia, Hugo da Cunha (Arena), pegou um ônibus em Uberaba e foi ao Palácio da Liberdade. Chegando lá, foi carinhosamente recebido por Tancredo.
- Governador, disse Hugo, eu tenho escutado uns boatos que dão conta que o senhor teria uma secretaria para mim, é verdade?
- Meu filho, não é, não, mas vamos fazer assim: você sai por aquela porta e diz a todo mundo que eu o convidei e foi você quem não aceitou. Sendo assim, ficamos todos de bem e você não fica desacreditado.
Ao ler um post da presidente nacional do PT, deputada Glesi Hoffmann, descartando sua candidatura à Presidência da República, eu logo me lembrei de Tancredo Neves.
- Leio que meu nome foi incluído por um instituto em pesquisa presidencial. Não pedi, não sou e nem pretendo ser candidata -, afirmou a deputada.
Menos, Gleisi!
Pense nisso!