PGR suspende recesso para acelerar investigações de tentativa de golpe
Congresso cochilou, de propósito ou não, e o Conselho Gestor da reforma tributária não saiu do papel. A boa notícia: o DPVAT foi sepultado
COMO O VENTO
Alguns dos assessores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, não gostaram, mas no prédio espelhado da PGR, o cancelamento do recesso do fim de ano vai acelerar o andamento dos processos de denúncias contra envolvidos numa suposta tentativa de golpe de Estado. Por esses dias, quem passar pela SAF Sul Quadra 4 Conjunto C [Isso, essa sopa de letras é um endereço em Brasília. SAF significa Setor de Administração Federal] vai enxergar luzes acesas e procuradores trabalhando, debruçados em densos relatórios da Polícia Federal.
ROMARIA À SANTA EMENDA
Na porta do Palácio do Planalto, o político - deputado ou senador - se identifica, dizendo que quer ir falar com o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. Ele sobe os andares do prédio principal, já cantarolando os versos de Renato Teixeira: “Me disseram, porém, que eu viesse aqui/Pra pedir de romaria e prece paz nos desaventos”. É que terminou nesta terça-feira (31) o prazo para empenho de emendas parlamentares. Quem conseguiu, conseguiu.
CONSELHO GESTOR ADORMECIDO
Pode não ser proposital, mas o Congresso Nacional não deu importante passo para finalizar a reforma tributária. Faltou concluir as regras de funcionamento do Conselho Gestor, colegiado composto por 54 integrantes: metade representando os estados e o Distrito Federal, as outras 27 cadeiras serão ocupadas por indicados das prefeituras.
UMA TUNGADA A MENOS
Para quem se conforma em trocar a nomenclatura acidente por sinistro de trânsito, o fim do DPVAT (Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres) pode representar melhoria no tráfico, mas para o cidadão, o contribuinte, o pagador de impostos, derrubar a ressurreição do tributo é uma despesa a menos.
‘CORAL’, O DISCO DO ANO…
…ao menos para mim. E até aceito opiniões divergentes, mas o petrolinense Zé Manoel foi impecável com o seu “Coral” - confira entrevista ao Café & Conversa, na página da radiojornal.com.br, mas voltando ao disco “Coral”, Zé Manoel está irretocável em cada uma das 11 canções. Garanto que fiquei na dúvida em escolher a melhor, mas vou ficar com “Siriri”, com citação de “Siriri-Sirirá”, do mestre Onildo Almeida: “Roubaram o meu amor/E me deixaram sem amar. Eu agora arranjei outro/E quero ver você tomar”.
PENSE NISSO!
Entra ano e sai ano e é a mesma pabulagem: seja o prefeito, o governo estadual ou na gestão federal todos, sem exceção, começam o mandato dizendo que o primeiro ano é para arrumar a casa.
O que poucos admitem é que o gestor dá o pontapé já se “organizando” para disputar a reeleição. Consequentemente, algumas das prioridades acabam sendo negligenciadas. Por isso neste espaço, eu prego o fim da reeleição, com cinco anos de mandato e só.
Outro ponto que recomendo audácia é admitir que poucos têm a estratégica visão de implantar políticas de Estado em vez de política de governo. O Brasil, Pernambuco, gestores municipais devem arregaçar as mangas e pensar em políticas estruturantes, sem as quais vamos continuar patinando em planos eleitoreiros enquanto o IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] nos empurra para a rabeira da fila.
Como diz o poeta dominicano, Juan Luís Guerra: “Tengo un corazón/Mutilado de esperanza y de razón.”
Feliz ano novo!
Pense nisso!