"Sob nova direção": o que muda no Congresso Nacional?

Entre economistas e políticos palpiteiros, a expectativa é de que o Comitê de Política Monetária não vai dar trégua ao governo perdulário de Lula

Publicado em 01/01/2025 às 15:26 | Atualizado em 01/01/2025 às 18:58
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ESTRESSE À OITAVA POTÊNCIA
O Comitê de Política Monetária (Copom), calcanhar de aquiles de todos os governos perdulários, programou oito reuniões no decorrer deste ano. Somente nos mês de fevereiro, abril, agosto e outubro é que não haverá decisões sobre a política de juros. É em épocas de reunião do Copom que os especialistas desenterram suas mais ruidosas teorias. Contra ou a favor da política de juros.

NÃO É NADA, NÃO É NADA…
…mas bastou o deputado Hugo Motta (PB) consolidar sua vitória na presidência da Câmara, e o seu partido, Republicanos, ganhou dois reforços no Parlamento, mesmo antes da “janela partidária”. Em contato com a coluna, o pastor Marcos Pereira (SP), presidente nacional da legenda, assegurou que “outras adesões estão a caminho”.

CAFÉ NA POLÍTICA
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse que está aprendendo dois novos gestos: o primeiro é a gostar de café. “Tudo quanto é reunião tem sempre uma garrafa à disposição. Pra não fazer desfeita, tem que tomar”, diz. O outro, é que o político está, literalmente, arregaçando as mangas para consolidar seu nome no cenário nacional. Caiado aprendeu, na internet, “um jeito especial” de dobrar as mangas da camisa, “sem amarrotar”.

GESTO ATREVIDO
A decisão do presidente Lula da Silva (PT) de vetar o reajuste no fundo partidário, como tinham decidido deputados e senadores, pode criar mais uma turbulência na já cambaleante relação política do Planalto com os parlamentares. O Congresso aprovou no Orçamento da União, o montante de R$ 1,33 bilhão. Lula manteve os mesmos valores do ano passado: R$ 1,2 bilhão. O Congresso pode fazer um reunião para derrubar o veto do presidente.

COISAS DA POLÍTICA
Parece prudente que o cidadão espere celeridade da Justiça Eleitoral, mas nem sempre a tônica é essa. Na cidade de Goiânia (GO), Sandro Mabel (União Brasil) e sua vice, Coronel Cláudia Lira (Avente), tomaram posse para comandar a capital do Estado, mesmo a chapa estando em meio a um processo que pode levar à cassação. O que daria ao candidato Fred Rodrigues (PL) o direito de assumir a prefeitura.

O HOMEM DA ROSQUINHA
Empresário, que durante anos deu nome a uma empresa fabricante de bolachas e achocolatados, Mabel e a Coronel Cláudia foram cassados por decisão de uma juíza eleitoral. Apelaram ao Tribunal Regional Eleitoral e foram diplomados. Mas o processo não está encerrado. “Espere por novidades, em breve”, disse o presidente do PL estadual, deputado Gustavo Gayer, esperançoso de cassar, no Tribunal Superior Eleitoral, a liminar que garantiu a posse da chapa Mabel-Coronel Cláudia. Ronaldo Caiado, na mesma ação de abuso de poder político, tornou-se inelegível.

Júnior Teles
Suíte Influências, de Johnanthan Malaquias influenciando esta coluna no primeiro dia do ano - Júnior Teles

PENSE NISSO!
Vou pegar leve neste 1º dia do ano. Enquanto escrevo esta coluna, ao som do acordeonista, também conhecido como sanfoneiro, Johnanthan Malaquias, “Acordetango.”

Pernambucano de Carnaíba, sertão do Pajéu, de onde também venho, Johnanthan reuniu um naipe de violinos, viola e cello, com um baixo acústico e o delicioso piano de Luís Edson. O disco, Suíte Influências, está no repet. “Cabra bom”, como diria seu avô, o maestro Petronilo Malaquias (1906-1983)

Voltando à política, em 30 dias, o Congresso Nacional poderá esticar uma daquelas surradas faixas amarelas, em tecido puído: “Sob nova direção”. Se fosse uma cafeteria, eu passaria longe. Na Câmara e no Senado não tem como.

Então, valeria a pena perguntar o que deve mudar. Se esse deve for no sentido do que é preciso: tudo. O relacionamento com a sociedade, com os demais poderes da República. Agora se for relacionado à expectativas: nada. Ou quase nada.

Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), provável presidente do Senado, já comandou aquela Casa Legislativa e foi tão enviada de suspeição que até sua eleição teve 82 votos registrados, mesmo que o Senado seja composto apenas por 81 senadores. A “operação” nunca foi explicada direito.

Na Câmara, o novato Hugo Motta (Republicanos-PB), ao menos nos primeiros meses, vai ser a sombra de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente. Aos poucos pode [no sentido de deve] ir colocando as asinhas de fora.

Sua relação com o Executivo “será uma gestão de parceria”, como ele disse depois de prometer a Lula que não vai pautar temas espinhosos.

Melhor voltar ao disco Suíte Influências.

Feliz ano novo!

Pense nisso!

 

 

 

 

 

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