Com três meses de atraso, congressistas votam orçamento
Carnaval trouxe alegria aos foliões e dividendos a organizadores, mas veio carregado de vírus. O percussionista acelerou a batida, a Covid se alastrou

COM TODO O GÁS
O governo Lula optou por valorizar programas sociais como o Pé-de-Meia e o Vale Gás, aumentando a dotação orçamentária, mas afiando a tesoura.
O TCU MANDOU
Foi em função de decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) que o Planalto parou de fazer malabarismo orçamentário - também conhecido como pedaladas fiscais.
MENOS BOLSA FAMÍLIA
Sobrou para o carro-chefe dos programas assistenciais. O Bolsa Família sofreu um corte de R$ 7,7 bilhões. Essa “tesourada” significa redução de 5,6% em relação aos gastos do ano passado.
MAIS ASSISTÊNCIA, MENOS CULTURA
Quem primeiro lamentou o “corte drástico” nos investimentos da Lei Aldir Blanc foi o líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE). Inicialmente, havia a previsão de investimentos da ordem de R$ 3 bilhões. No frigir dos ovos, sobraram R$ 480 milhões. “Causando um prejuízo enorme à cultura” e, consequentemente, “desvalorização da lei”.
E TOME COVID
Os dados do Ministério da Saúde indicam que o período de Carnaval foi “propício” para propagação do coronavírus. Na semana que antecedeu à festa, foram registrados 6.354 casos. Na seguinte, logo depois do Carnaval, esse número pulou para 11.467, ou seja, mais de 80% de aumento na quantidade de casos registrados. As mortes passaram de 34 para 193 óbitos. Cinco vezes mais.
‘ENGANA QUE EU GOSTO’
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), contou a história pela metade e fez promessas que sabe-se lá de onde tirou essa avaliação. À ministra Glesi Hoffmann, das Relações Institucionais, o senador prometeu “vida fácil” à advogada Verônica Sterman, que será sabatinada pela Comissão de Constituição e Justiça. Sterman foi advogada de Gleisi, no processo da Lava Jato e foi indicada para uma cadeira no Superior Tribunal Militar.
OU ANISTIA OU OBSTRUÇÃO
Depois de ter passado 90 dias para aprovar o Orçamento da União o Congresso Nacional pode passar por mais uma paralisia. Dessa vez, programada. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), não quer nem ouvir falar em votações enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não colocar em pauta o projeto que trata da anistia aos presos de 8 de janeiro. “Se essa decisão [urgência] não for tomada e, logo após o seu retorno da viagem ao Japão, o PL e toda a oposição entrarão em obstrução nesta Casa”.
QUEREM ‘DEGOLAR’ O SENADOR…
…Plínio Valério (PSDB-AM) por ter dito que já teve vontade de enforcar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A Rede e o Psol ameaçaram representar no Conselho de Ética do Senado, contra o tucano.
PENSE NISSO!
O constituinte Nelson Jobim (PMDB-RS) insistia no argumento de que a “Constituição Cidadã” teria de deixar clara a harmonia e a independência entre os Poderes da República.
- Calma Jobim, vamos garantir isso, dizia o colega amazonense, Bernardo Cabral (PMDB)
Viram-se as folhinhas do calendário e chegamos a Brasília dos dias de hoje. Das noites, melhor dizendo, tem “harmonia” de mais e independência de menos.
Por esses dias, e noites também, integrantes dos poderes destamparam a “panela” das surpresas e dia sim e outro também tem uma festa. Uma na casa de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), recheada de políticos e convidados do Poder Executivo.
Outra de um ex-ministro do atual governo com a turma do beija-mão “serelepando” pelas salões apertados nos apartamentos funcionais.
Não é que eu pregue iminente inimizade, mas uma certa dose de prudência e de distanciamento faria um bem danado se não a suas excelências, mas ao país e aos pagadores de impostos que custeiam os salários e os rega-bofes dessa gente deslumbrada.
Pense nisso!