Caso Itambé: Comandante da PM rebate investigação de delegado

Publicado em 09/06/2017 às 11:29
Estudante foi baleado por tiro de borracha, a mando de um oficial da PM, e arrastado em Itambé. Foto: Reprodução/TV Jornal
FOTO: Estudante foi baleado por tiro de borracha, a mando de um oficial da PM, e arrastado em Itambé. Foto: Reprodução/TV Jornal
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Estudante foi baleado por tiro de borracha, a mando de um oficial da PM, e arrastado em Itambé. Foto: Reprodução/TV Jornal Uma semana após a conclusão do inquérito que indiciou dois policiais militares por homicídio culposo (sem intenção de matar) do estudante Edvaldo Alves dos Santos, de 22 anos, em Itambé, na Mata Norte de Pernambuco, o comandante geral da Polícia Militar rebateu a versão de que os acusados não tinham treinamento adequado para uso de armas com elastômero (bala de borracha). "Eles tinham conhecimento teórico sobre a capacidade letal ou não daquele tipo de munição, daquele tipo de armamento. Era de conhecimento tanto do oficial como do praça. É importante deixar isso claro", afirmou o comandante da PM, Vanilson Maranhão. Na conclusão do inquérito, o delegado Pablo Carvalho foi bastante criticado após anunciar que o capitão Ramon Tadeu Silva Casé, que deu a ordem do tiro, e o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior, que disparou, seriam indiciados por homicídio culposo. Na interpretação do delegado, os PMs não praticaram crime doloso porque nunca tiveram treinamento técnico para uso de arma com elastômero."Foi o primeiro disparo que o soldado fez na vida, então ele era imperito." Agora, com a afirmação do comandante da PM, o caso pode ter uma reviravolta, a depender da interpretação do Ministério Público, que analisa o resultado do inquérito. Ao final, o promotor responsável decidirá se concorda com o delegado, se pede novas provas ou se denuncia os PMs por homicídio doloso (com intenção de matar), como pede a família da vítima. Edvaldo foi baleado em 17 de março deste ano. Na ação, filmada por um dos manifestantes, os policiais aparecem fazendo ameaças e um deles afirma: "Esse vai levar um tiro primeiro? é tu que vai levar o tiro?". Depois de ser atingido por um tiro de borracha, o estudante ainda é arrastado para a viatura policial. Em 11 de abril, depois de 25 dias internado, Edvaldo faleceu. Os policiais militares envolvidos na ação arbitrária estão afastados das ruas, cumprindo apenas atividades administrativas. Eles também estão sendo investigados na Corregedoria da SDS e, ao final, podem ser punidos com a expulsão da corporação. Delegado substituído Em meio à polêmica, o delegado Pablo de Carvalho deixou a chefia da 11ª Delegacia Seccional de Polícia. Em seu lugar, assumiu o delegado Jean Rockfeller. Carvalho assumiu o Instituto de Identificação Tavares Buril, órgão ligado à Gerência de Polícia Científica. Leia também MPPE investiga treinamento da Polícia Militar para uso de armas em protestos Oficial que deu ordem para PM atirar em estudante já responde por outro crime na Justiça Policial punido pelo golpe da falsa blitz no Recife 50 policiais já perderam seus cargos neste ano em Pernambuco  

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