Caso Betinho: polícia reabre inquérito sobre assassinato de professor
Nova investigação foi determinada pela Justiça após a absolvição de suspeitos do crime. Novas perícias comprovaram que houve erro no primeiro laudo
Por determinação da Justiça, a Polícia Civil de Pernambuco reabriu o inquérito que investigou o assassinato do professor e coordenador pedagógico José Bernardino da Silva Filho, o Betinho, 49 anos. A decisão foi tomada após os dois acusados pelo crime, registrado no Centro do Recife, serem inocentados.
O assassinato de Betinho ocorreu em 16 de maio de 2015, no apartamento onde a vítima morava, no Edifício Módulo. Durante as investigações, peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril afirmaram que digitais de dois estudantes do colégio onde Betinho trabalhava foram encontradas em uma cômoda e em um ferro de passar. Por isso a dupla foi indiciada pelo crime.
Posteriormente, duas perícias - uma da Polícia Federal e outra do Instituto de Criminalística - apontaram que as digitais não eram da dupla. Numa revisão, os peritos do laudo inicial reconheceram o erro.
O delegado Roberto Lobo, da 2ª delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), será o responsável pelo novo inquérito, que não tem prazo para ser concluído. Um novo suspeito, que foi tratado apenas como testemunha no primeiro inquérito, será novamente investigado pela polícia.
O rapaz mantinha uma relação próxima a Betinho e não tinha nenhuma ligação com os dois jovens que foram acusados anteriormente.
ABSOLVIÇÃO
Em 31 de janeiro deste ano, a Justiça absolveu o estudante Ademário Gomes da Silva Dantas, um dos acusados. Na decisão, o juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques, da Segunda Vara do Tribunal do Júri Capital, concluiu que não há provas para levar o suspeito a júri popular e decidiu inocentá-lo do crime.
O adolescente, que respondia a processo perante a Vara da Infância e Juventude, também foi absolvido das acusações no início deste ano.
O primeiro inquérito policial foi conduzido pelo delegado Alfredo Jorge, que atuava no DHPP. Na época do crime, o delegado afirmou que não conseguiu precisar qual seria a motivação do crime. Desde a conclusão das investigações, ele optou por não se pronunciar mais sobre o caso.