FEMINICÍDIO

Júri de acusado pela morte da estudante da UFPE Remís Costa será terça-feira (09); Entenda

Namorado confessou ter matado a vítima em dezembro de 2017, no Recife. "Espero que a justiça seja feita", diz mãe da estudante

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Raphael Guerra

Publicado em 05/11/2021 às 6:30 | Atualizado em 08/11/2021 às 16:48
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Após quase quatro anos de espera, o auxiliar de pedreiro Paulo César de Oliveira Silva, de 26 anos, vai sentar no banco dos réus. Ele é acusado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver da namorada, a estudante de pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Remís Carla Costa, 24, no bairro da Caxangá, Zona Oeste do Recife, em dezembro de 2017. O júri popular será na próxima terça-feira (09), a partir das 9h, no Fórum Thomaz de Aquino, na área central da capital pernambucana. 

"Espero que a justiça seja feita, seja justa. Já são quase quatro anos da morte dela (Remís), demorou muito esse julgamento. Espero que o júri seja coerente, analise os fatos. E que o caso não fique impune", afirma a mãe da estudante, Ruzinete Costa, à coluna Ronda JC

O homicídio foi tipificado como triplamente qualificado, porque, segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu por motivo fútil, sem chances de defesa da vítima e foi um feminicídio. 

De acordo com as investigações, no dia do crime Remís estava na casa do namorado. Houve uma discussão entre o casal por conta de um celular. Na briga, o auxiliar de pedreiro teria colocado a mão no pescoço da vítima, apertando com força, dificultando qualquer forma de defesa. Ao invés de providenciar socorro, ele concluiu que havia matado a namorada e saiu de casa, retornando na madrugada do dia seguinte, ocasião em que enterrou o corpo da vítima. 

Após quase uma semana de buscas, o corpo de Remís foi encontrado numa cova rasa, a poucos metros da casa dele, na Caxangá. Paulo foi preso escondido na residência dos pais, na cidade de Vicência, interior de Pernambuco. À polícia, na época, ele acabou confessando o crime. O caso teve enorme repercussão e comoveu o Estado. 

Desde então, o réu permanece preso. A demora de quatro anos, inclusive, não ocorreu apenas pelo excesso de processos na 1ª Vara Criminal da Capital. A defesa do auxiliar de pedreiro chegou a pedir um exame de sanidade mental, alegando que ele teria problemas. O laudo pericial, no entanto, provou o contrário.

REPRODUÇÃO/POLÍCIA CIVIL
Paulo Cesar, que confessou ter matado a namorada asfixiada, foi preso - REPRODUÇÃO/POLÍCIA CIVIL

COMO SERÁ O JULGAMENTO

No primeiro momento, no tribunal do júri, haverá o sorteio dos sete jurados que vão compor o conselho de sentença. Será lida a denúncia, na íntegra, e as testemunhas de acusação (arroladas pelo Ministério Público) e as de defesa (arroladas pelos advogados do réu) serão ouvidas. Por fim, o auxiliar de pedreiro, que tem o direito de permanecer calado. 

Concluída a fase inicial, o juiz irá anunciar a fase de debates - quando acusação e defesa vão apresentar suas teses em relação ao crime. Cada parte terá uma hora e meia, no máximo. Ainda poderá ter réplica e tréplica (tempo de até uma hora para cada lado). Por fim, o conselho se reunirá para decidir pela condenação ou absolvição do réu. 

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