Após 4 dias, "mistério" permanece e polícia não explica morte de adolescente na Funase
Garoto de 16 anos morreu durante motim no município de Timbaúba, na Zona da Mata de Pernambuco. Polícia não revela detalhes
Após quatro dias, o "mistério" continua sobre as circunstâncias da morte de um adolescente de 16 anos durante um motim no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) do município de Timbaúba, na Zona da Mata de Pernambuco.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) afirma que o laudo pericial sobre a morte do garoto já foi entregue à Polícia Civil de Pernambuco. Mas a corporação, procurada pela coluna Ronda JC, não respondeu qual foi a causa da morte da vítima.
O episódio lamentável aconteceu na noite da última quinta-feira (20). Os adolescentes atearam fogo em colchões colocados no portão da unidade para impedir a entrada de policiais militares.
Durante o motim,12 adolescentes fugiram da unidade que pertence à Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).
O corpo da vítima, cujo nome não foi revelado, foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, onde passou pelos exames. O enterro da vítima foi nesse domingo (23).
Na sexta-feira, dia seguinte ao ocorrido, a Polícia Militar conseguiu recapturar dois dos 12 adolescentes. Os outros dez seguem desaparecidos.
Antes do motim, a unidade contava com 57 socioeducandos. A capacidade máxima é de 60.
"A Fundação lamenta o ocorrido, já entrou em contato com a família e se responsabilizará pelo funeral [...] A direção da Funase, as coordenadorias de Segurança e de Inteligência e a Corregedoria da instituição estão na unidade acompanhando a ocorrência e a apuração dos fatos", declarou a organização, em nota, na sexta-feira.
CASO RECORRENTE
Em 2016, o adolescente José David também morreu nas dependências da Funase de Timbaúba durante um motim. Ao JC, na época, a mãe da vítima relatou que o filho dizia não ter problema com nenhum outro adolescente do Case mas já teria sido agredido por alguns agentes socioeducativos.