ESCOLA BASE: Quem é o repórter Valmir Salaro e o que ele fez no caso
Valmir Salaro teve papel importante na repercussão do Caso Escola Base nos anos 1990 e também é responsável pelo atual documentário do Globoplay
O documentário "Escola Base – Um repórter enfrenta o passado", dirigido por Eliane Scardovelli e Caio Cavechini e disponível no Globoplay, despertou curiosidade em torno do caso policial ocorrido nos anos 1990.
Na época, uma denúncia de assédio a crianças de quatro anos dentro da própria escola. A comoção popular provocada pela cobertura na imprensa fez a vida dos denunciados virar do avesso antes mesmo de o inquérito policial ser encerrado.
Apesar das acusações dos pais dos alunos e do primeiro delegado responsável pela investigação, o aprofundamento da apuração mostrou que os denunciados eram inocentes e o caso virou um escândalo nacional.
ESCOLA BASE: Quem é o repórter Valmir Salaro e o que fez no caso
O jornalista Valmir Salaro foi o primeiro repórter a anunciar a acusação com uma reportagem no Jornal Nacional, da TV Globo. Apesar de nenhuma prova do abuso ter ocorrido, a denúncia e a sua repercussão fizeram a credibilidade da escola ruir.
Formado na Universidade Metodista de São Paulo, Valmir Salaro começou como jornalista esportivo, estagiou no Jornal da Gazeta.
Ele tornou-se repórter policial, em 1978, no Diário do Grande ABC, uma experiência que o direcionaria, definitivamente, para sua vocação. Na redação, convivia com grandes nomes do jornalismo do Brasil, entre eles o escritor e roteirista José Louzeiro. Também teve uma longa passagem na Rádio Jovem Pan.
ESCOLA BASE: Valmir Salaro retorna para documentário
Vinte e oito anos depois, o próprio Valmir Salaro procurou as vítimas da injustiça e ficou frente a frente com elas, seus descendentes e outros personagens dessa história revisitada no documentário "Escola Base – Um repórter enfrenta o passado".
"Vou voltar para uma história que há 27 anos me atormenta", declara o jornalista no documentário, um projeto do próprio Valmir Salaro e do jornalista Alan Graça Ferreira, seu amigo e colega em pautas no "Fantástico".
"Desde que eu soube que aquelas pessoas eram realmente inocentes, eu passei a falar sobre o caso e era uma voz solitária. Sempre sou convidado para falar sobre o assunto em faculdades de jornalismo. E, em viagens, o Alan foi me convencendo que isso podia ser transformar num documentário", explica Valmir, com 42 anos de experiência.
"Eu vejo nesse documentário um tributo ao jornalismo. Num momento em que a imprensa é tão atacada, ter um jornalista consagrado que abre o peito para discutir um episódio desta relevância sem filtros, o aproxima das pessoas", completa Alan.