De herança indígena à comida fitness: conheça a história da tapioca

A tapioca é um dos pratos típicos do Brasil, variando na forma de preparo de acordo com a região

Publicado em 19/03/2021 às 13:35

A tapioca está presente na dieta de todo bom pernambucano. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, a tapioca não é uma iguaria nordestina, e sim, indígena.

Do tupi tïpï’og (coágulo), a tapioca é o nome que se dá à farinha obtida a partir do amido presente na mandioca (também conhecida como macaxeira ou aipim). O nome também é o mesmo dado à receita tradicional como conhecemos, típica da culinária nordestina.

Assim que pisaram pelas terras tupiniquins, os portugueses notaram a presença da farinha de fécula de mandioca, pois os indígenas que já habitavam o local, consumiam beiju, uma espécie de 'bolo' achatado e em formato redondo, geralmente acompanhado de mel.

Não demorou muito para que a iguaria caísse nas graças das senhoras portuguesas, onde o beiju se tornou o substituto do 'filhó', que nada mais é do que uma especialidade gastronômica portuguesa feita com farinha de trigo e ovos. A falta de trigo também impulsionou a substituição. Dessa forma, o beiju saiu das aldeias e foi parar nas varandas dos grandes casarões dos colonos europeus.

Origens

Existem algumas formas de explicar a origem da mandioca, que podem ser dividias basicamente em três origens: a indígena, a histórica e a científica.

Lendas e mitos indígenas

Mani era uma linda indiazinha, neta de um grande cacique de uma tribo antiga. Desde que nasceu andava e falava. De repente morreu sem ficar doente e sem sofrer.

A indiazinha foi enterrada dentro da própria oca. Todos os dias, os índios da aldeia iam visitá-la e choravam sobre sua sepultura, até que nela surgiu uma planta desconhecida.Os índios resolveram cavar para ver que planta era aquela e ao examinar sua raiz, viram que era marrom por fora e branquinha por dentro.

Após cozinharem e provarem a raiz, entenderam que se tratava de um presente do Deus Tupã. A raiz de Mani veio para saciar a fome da tribo. Os índios deram o nome da raiz de Mani, e como nasceu dentro de uma oca, ficou Manioca, que hoje conhecemos como mandioca.

História

Quanto à história, a origem da mandioca ainda é controversa, pois muitos pesquisadores acreditam que a mandioca teve sua origem nas tribos Tupis, mas essa pode não ser a versão mais correta. Como a palavra Mani é de origem Aruak (povos originários do alto amazonas, litoral equatoriano e planícies venezuelanas), e esses eram exímios agricultores, principalmente no cultivo da mandioca, é possível presumir que os Tupis tenham aprendido com eles como cultivar essa planta.

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Ciência

A mandioca também conhecida em algumas regiões do Brasil como macaxeira, aipim, castelinha e macamba, é uma planta duradoura, arbustiva e pertencente à família das Euforbiáceas. Planta já cultivada pelos índios antes mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil. A mandioca tem a raiz como parte mais importante, e é rica em fécula, utilizada na alimentação humana e animal ou como matéria prima para diversas indústrias.

Curiosidades

A tapioca em si é um alimento controlador da ingestão calórica diária, e isso fez com que a iguaria se tornasse uma aliada dos praticantes de atividades físicas e adeptos de dietas, embora não exista nenhuma comprovação científica de que a tapioca incentive ou ajude no emagrecimento.

De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a mandioca constitui um dos principais alimentos energéticos para mais de 700 milhões de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento.

De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, estando entre os oito primeiros produtos agrícolas do país, em termos de área cultivada, e o sexto em valor de produção. O período da safra é de janeiro a julho.

O Conselho de Preservação do Sítio Histórico de Olinda concedeu à tapioca o título de Patrimônio Imaterial e Cultural da Cidade em 2006, mesmo ano em que Olinda recebeu o título de 1ª Capital Brasileira da Cultura.

O dia 15 de julho é o Dia Nacional da Tapioca.

Receitas de tapioca preparadas no Sabor da Gente

Como bom pernambucano, o chef Rivandro França não poderia deixar essa iguaria que virou até patrimônio imaterial de Olinda de fora do seu leque variado de receitas, concorda? Mas com ele você não vai aprender a preparar qualquer tapioca, pois cada receita tem aquele toque singular que deixa qualquer preparo mais gostoso!

Confira abaixo duas receitas utilizando farinha de tapioca granulada e a tradicional goma, uma para preparar um delicioso bolo gelado (porque nem só de tapioca tradicional viverá o homem) e outra para preparar deliciosas tapiocas coloridas que vão revolucionar sua forma de preparar tapioca:

Bolo de Tapioca com farofa de Queijo do Reino

Ingredientes

500 g de tapioca granulada

2 xícaras (chá) de açúcar

1 litro de leite quente

200 g de coco ralado

1 vidro de leite de coco pequeno

1 lata de leite condensado

1 colher de chá de gengibre

1 xícara de queijo do reino ralado

Modo de Preparo

Misture a tapioca e o açúcar, acrescentando aos poucos, o leite quente.
Quando começar a ficar cremoso, deixe descansar por 10 minutos, até que aumente o volume dos grãos da tapioca.

Após esse tempo, acrescente o coco ralado e o leite de coco, sempre mexendo bem.
Misture o leite condensado com as raspas de gengibre Unte a forma com o leite condensado e coloque a massa, leve à geladeira por 2 horas.

Frite o queijo do Reino ralado até obter uma farofinha crocante.

Para finalizar, espalhe o crocante de queijo do Reino por cima do bolo gelado.

Tapiocas coloridas

Ingredientes

3 xícaras de goma de tapioca natural

2 xícaras de goma de tapioca rosa

2 xícaras de goma de tapioca verde

1 xícara de suco de beterraba

2 colheres de coentro picado

1 xícara de queijo manteiga ralado

2 fatias de mortadela

3 colheres de manteiga de garrafa

2 colheres de queijo provolone ralado

1 banana frita na manteiga de garrafa

1 coco ralado

1 xícara de cuscuz esfarelado

Sal gosto

Pimenta biquinho

Modo de Preparo

Hidrate a goma com o suco da beterraba e o suco do coentro, ambos separados em quantidades desejadas, vá ajustando o sal e misturando para obter a cor de sua preferência. Deixe descansar até que a goma fique sólida novamente.

Para usar no preparo da tapioca, peneire em peneira fina, ajuste o sal e monte sua tapioca com recheios diversos.

Para a tapioca de cuscuz, misture a goma a ele, ajuste o sal e monte com recheio desejado.
Recheio de queijo: Doure a mortadela em manteiga de garrafa, em seguida adicione provolone e deixe dourar o queijo. Reserve.

Recheio de queijos com banana: Adicione queijo manteiga, queijo provolone e deixe formar uma crosta de queijos, acrescente a banana frita amassada e reserve para mais um recheio.

Recheio de queijo com coco: doure queijo manteiga com um toque da manteiga de garrafa, em seguida acrescente o coco ralado, deixe dois minutos no fogo e reserve.

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