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Coronavírus: compaixão, bravura e coragem dos protagonistas da pandemia

Neste Dia Mundial da Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS) escolhe a enfermagem como o tema a ser trabalhado por todos os países diante da crise sanitária

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 07/04/2020 às 12:44 | Atualizado em 07/04/2020 às 14:58
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"Somos o gerenciador do cuidado assistencial. Em meio a todo esse cenário, somos uma fortaleza para muita gente", diz a enfermeira Luzia Feitosa - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

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A pandemia de covid-19 lança luz, neste Dia Mundial da Saúde, a uma força de trabalho que está lado a lado dos pacientes infectados pelo novo coronavírus, que já é responsável pelo adoecimento dec pelo menos 12 mil pessoas e fez 553 vítimas fatais no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Para a data de hoje, a Organização Mundial de Saúde (OMS), antes mesmo de o planeta enfrentar a covid-19, já havia lançando a enfermagem como o tema a ser trabalhado por todos os países. Agora, diante da crise sanitária, nada mais justo do que ressaltar o valor desse time que está no front da epidemia. Eles representam, segundo a OMS, mais da metade de todos os profissionais de saúde do mundo.

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“Historicamente, assim como hoje, os profissionais da enfermagem estão na vanguarda do combate a epidemias e pandemias que ameaçam a saúde em todo o mundo. Eles demonstram compaixão, bravura e coragem ao responder à pandemia de covid-19”, destaca documento da OMS sobre o papel da enfermagem no enfrentamento ao novo coronavírus. “Os enfermeiros são a espinha dorsal de qualquer sistema de saúde", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ele também faz referência ao relatório da entidade A condição mundial da enfermagem 2020, ao frisar que o material é "um alerta para garantir que os profissionais da enfermagem tenham o apoio necessário para manter o mundo saudável".

O depoimento de Tedros Adhanom Ghebreyesus nos leva a sublinhar a missão da categoria, que deixa diariamente suas casas carregando medo e angústia para lidar com os pacientes, muitos deles graves, com covid-19. “Não tive ainda a experiência de ver, alguém (infectado pelo novo coronavírus) sair da UTI (unidade de terapia intensiva). Nossos três casos confirmados foram a óbito”, relata a técnica de enfermagem Ana Carolina da Silva, 42 anos, que atua na UTI de covid-19 do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife.

Ao falar sobre as impressões que tem da pandemia, Ana Carolina destaca que se trata de um cenário complexo porque a doença tem se comportado muito diferente de caso para caso. “É um vírus com alto índice de contaminação, que faz a gente sentir medo. Então, vêm a insegurança, a necessidade do autocuidado e do zelo com quem está por perto. Vejo equipes com desgaste físico e emocional, junto ao medo que assola muito dentro das UTIs”, acrescenta a técnica de enfermagem, que só demonstra amor pela profissão, mesmo diante de tantos desafios e dificuldades enfrentadas pela categoria, como os baixos salários. “A nossa atividade é crucial, passando pelos cuidados de higiene pessoal e administração de remédios até a atenção com os sinais vitais do paciente e a sinais mais críticos. Se ele piora, somos nós quem sinalizados a demais profissionais. Eu já poderia ter saído de uma UTI, mas continuo nessa área porque sinto orgulho de fazer parte de uma equipe que vai vencer”, complementa.

Também na linha de frente do combate ao novo coronavírus, a enfermeira Luzia Feitosa, 38 anos, acredita que a pandemia desponta num momento para reforçar o protagonismo da profissão. “Somos o gerenciador do cuidado assistencial. Em meio a todo esse cenário, somos uma fortaleza para muita gente. Ficamos expostos, mas as equipes estão coerentes, treinadas e seguras. Isso dá orgulho”, conta Luzia, que é gerente de enfermagem do Real Hospital Português, no bairro de Paissandu, área central do Recife.

Na segunda-feira (6), durante coletiva de imprensa online para apresentar a atualização dos casos em Pernambuco, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, destacou que os profissionais saúde estão mais expostos no combate à epidemia no mundo, além de homenagear as técnicas de enfermagem Ana Cristina Tomé e Betânia Maria Ramos de Oliveira, que morreram no fim de semana com sintomas de covid-19. Uma delas teve o diagnóstico confirmado da doença; o outro resultado está em análise. “Essas mortes ressaltam a vulnerabilidade de todos nós neste momento, em especial os profissionais que trabalham na linha de frente da rede hospitalar, que sempre terão o nosso reconhecimento e zelo com a segurança”, disse Longo.

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