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Pernambuco tem quarta maior letalidade por novo coronavírus entre estados do Brasil

Em Pernambuco são 816 infectados pela covid-19, com 72 mortes, uma letalidade de 8,8%

Elton Ponce
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Elton Ponce
Publicado em 11/04/2020 às 17:19 | Atualizado em 11/04/2020 às 21:02
ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
E para completar o quadro do caos que a doença provoca, os governos estaduais resolveram afrouxar as regras de isolamento, sem sequer apresentar um estudo completo dos impactos - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

O Estado de Pernambuco está entre os que mais preocupam o Ministério da Saúde por conta da pandemia do novo coronavírus. Segundo o ministério, além de Pernambuco, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará apresentam alto índice de contágio e letalidade (proporção de mortes por total de confirmações) pela doença. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa neste sábado (11).

No Estado são 816 infectados pela covid-19, com 72 mortes, uma letalidade de 8,8%, a quarta maior do país, perdendo apenas para o Piauí, com 14,2% (41 casos e 7 mortes); a vizinha Paraíba, com 12,8% (101 casos e 13 mortes. Os dados foram atualizados pela SES-PB logo após a coletiva do Ministério da Saúde) e Sergipe, com 9,5% (42 casos e 4 mortos). 

São Paulo tem taxa de 6,65% (8.419 casos e 560 mortes), seguido por Alagoas, com 6,5% (48 casos e 3 mortes); Maranhão com 6,1% (344 casos e 21 mortes); Rio de Janeiro com 5,9 (2.607 casos e 155 mortes); Amazonas com 5% (1.050 casos e 53 mortes); Goiás com 4,7% (209 casos e 10 mortes); Pará com 4,6% (217 casos e 10 mortes); Rio Grande do Norte com 4,4% (289 casos e 13 mortes) e o Ceará com 4,2 % (1.582 casos e 67 óbitos). A taxa de letalidade do Brasil é de 5,4%. 

Para cada um milhão de habitantes no País, o governo federal contabilizou cinco mortos. No Amazonas são 13, em São Paulo 12 e no Rio de Janeiro, 9. Foram classificados como situação de emergência por terem índices no mínimo 50% acima do percentual nacional. Pernambuco e Ceará, empatados, figuram em estado de atenção, com sete óbitos para cada um milhão de brasileiros. No restante do Brasil, as taxas estão na média nacional (Roraima e Distrito Federal) ou abaixo (20 Estados), agrupados como estado de alerta.

“Pernambuco é reconhecido por ter vigilância ativa e transparente. Fazemos busca ativa de todos os casos de srag (sigla para síndrome respiratória aguda grave, que pode ser causada pelo novo coronavírus e outros agentes infecciosos) e realizamos a testagem de todos os óbitos por essa condição. Estamos ampliando a capacidade de testagem, seguimos a estratégia proposta do MS, de examinar casos de srag e óbitos. E isso (a alta letalidade) se explica porque Pernambuco foi o Estado que mais testou srag no Nordeste”, explicou em coletiva de imprensa online, o secretário Estadual de Saúde, André Longo, ao comentar a taxa de letalidade recorde de Pernambuco, com 11,5%, no dia 08 de abril.

Os números divulgados pelos órgãos estaduais espelham, de longe, um retrato fiel da pandemia. Epidemiologistas não têm dúvidas de que os dados relativos ao novo coronavírus estão claramente subnotificados no País, devido ao déficit de testes, principalmente em alguns Estados. Os exames são essenciais porque são eles que servem para mensurar a dimensão da epidemia. “Para se estimar o quanto uma nova doença impacta numa determinada população, falamos em mortes para cada proporção de habitantes. É muito comum expressarmos mortalidade, comparando com lugares diferentes, em número de mortes para cada 100 mil habitantes, num período de observação”, disse Jailson Correia, secretário de Saúde do Recife.

MINISTÉRIO DA SAÚDE
Dados do coronavírus no Brasil em 11 de abril de 2020 - FOTO:MINISTÉRIO DA SAÚDE

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