COVID-19

Com casos de covid-19 em queda, Recife desativa 210 leitos de enfermaria

Por outro lado, subiu na capital o número de vagas de terapia intensiva – mais demandadas atualmente do que os leitos de enfermaria em todo o Estado

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 02/07/2020 às 7:23 | Atualizado em 02/07/2020 às 7:25
ANDREA REGO BARROS/PCR
AGILIDADE A pandemia de covid-19 revelou que o sistema tem condições de acelerar instalação de leitos e equipamentos para atender pacientes - FOTO: ANDREA REGO BARROS/PCR

Como anunciou no último mês, a Prefeitura do Recife conclui a desativação de 210 leitos de enfermaria dos hospitais de campanha montados na área externa das Policlínicas Amaury Coutinho (Campina do Barreto), Arnaldo Marques (Ibura) e Barros Lima (Casa Amarela), além das vagas de enfermaria do Hospital da Mulher do Recife (Curado). A justificativa da gestão municipal para a redução dos leitos está na deitada da curva epidêmica da covid-19 na capital pernambucana. Segundo a prefeitura, o número de novos casos de infecção pelo coronavírus está em queda há 45 dias no Recife. As quatro unidades provisórias que tiveram desativação de vagas de enfermaria fizeram mais de 1,5 mil internações – um terço delas para oferecer assistência a moradores de outras cidades. Com isso, cai de 682 para 472 o número de leitos desse tipo no Recife. Também foram reduzidas de 22 para 20 as unidades da Atenção Básica para atendimento de pacientes com suspeita de covid-19.

Por outro lado, subiu na capital o número de vagas de terapia intensiva – mais demandadas atualmente do que os leitos de enfermaria em todo o Estado. A prefeitura anunciou que abriu 17 leitos para suporte aos pacientes em estado mais grave no Hospital Evangélico de Pernambuco e nos hospitais de campanha dos Coelhos, da Imbiribeira e do Hospital da Mulher. Dessa maneira, sobe de 289 para 306 a quantidade de vagas de unidade de terapia intensiva (UTI). A gestão municipal ainda acrescentou que está prevista a abertura de mais leitos na cidade.

Outro detalhe sobre a tendência de estabilização de casos de covid-19 no Recife é que, no início da epidemia de covid-19, a cidade chegou a somar mais da metade (54%) de todos os casos da doença no Estado. Em junho, foram confirmadas 5.165 infecções, o que representa 21,5% do total de quase 24 mil pessoas infectadas no Estado no mesmo mês. Agora, 78,5% dos novos casos de covid-19 em Pernambuco estão distribuídos em cidades fora da capital.

Além disso, o boletim de ontem da Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) traz dados que mostram o Recife ocupando o segundo lugar entre os municípios do Estado com mais pacientes graves internados com confirmação de covid-19. Atualmente Jaboatão dos Guararapes, com 680, é o primeiro que tem mais pessoas em seus leitos. O Recife vem depois, com 660 pacientes. Em terceiro, está Olinda (550), que é seguida por Paulista (472) e por Caruaru (310).

No Agreste de Pernambuco, Caruaru, que passa pelo período de quarentena rígida junto a Bezerros, tem sentido a pressão da covid-19 na assistência hospitalar. Nos últimos dias, a taxa de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) de Caruaru tem variado entre 85% e 100%. A alta demanda faz com que moradores da cidade que precisam de leitos sejam encaminhados para a capital pernambucana. Até a terça-feira (30), dos 169 pacientes internados em UTIs dos hospitais de campanha do Recife, 60 são residentes da cidade. Em seguida, vêm 20 de Caruaru. As outras 89 pessoas nos leitos de terapia intensiva são de outras localidades, com números que variam de 1 a 5 pacientes distribuídos entre 51 municípios.

“No mês de abril mais da metade dos casos de coronavírus eram de recifenses. Hoje nós somos um a cada cinco casos no Estado e atualmente 65% dos pacientes que estão ocupando as UTIs dos nossos hospitais de campanha são de outras cidades. Depois de todas essas semanas de redução, o mais importante agora é a prevenção, são os cuidados. A higiene, a distância um do outro, o uso da máscara, os cuidados com os grupos de risco e o engajamento no rastreamento. Tudo isso passa a ser mais importante agora”, disse ontem, em anúncio para a imprensa, o prefeito Geraldo Julio.

TELEACOLHIMENTO

Começou a funcionar, na última segunda-feira (29), o serviço de teleacolhimento para a população com suspeita de covid-19 que apresente sofrimento psíquico pelo isolamento domiciliar ou pela própria doença. Agora pessoas de localidades atendidas pelo aplicativo Atende em Casa (ferramenta que repassa orientações para quem está com sintomas sugestivos de covid-19) podem solicitar apoio emocional para equipe de psicólogos capacitada para atender a demanda. Até esta ontem, o aplicativo registrou 25 teleacolhimentos. O serviço de suporte emocional funciona de segunda a sexta-feira, sempre das 7h às 12h e das 13h às 18h.

Ao acessar a plataforma, a pessoa é questionada sobre necessidade de apoio emocional. Se optar pelo suporte, a ferramenta conduz o internauta para atendimento virtual com psicólogo da equipe da Secretaria de Saúde de Pernambuco, que faz uma primeira escuta para identificar se o paciente precisa apenas do teleacolhimento pontual ou se é necessário encaminhá-lo para outros tipos de atendimento ou serviços de referência.

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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