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Novembro Azul chama a atenção para a saúde do homem em tempos de covid-19

Médicos alertam que é preciso conscientizar o homem sobre a necessidade de procurar um urologista. Devido à pandemia, muitos deixaram de ter acesso ao sistema público de saúde

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 01/11/2020 às 17:14 | Atualizado em 07/11/2021 às 9:34
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Novembro azul em tempos de COVID-19 (FÁBIO VEIGA) - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

O necessário período de isolamento social pelo qual passamos durante os primeiros meses desta pandemia de covid-19 levou muita gente a adiar consultas de rotina e check-up. Paralelamente, há pessoas que aproveitaram o momento para refletir mais sobre o autocuidado e a própria condição de saúde, o que deu um estímulo para procurar um médico neste processo de retomada das atividades nos consultórios e ambulatórios. Esse é um assunto que chama a nossa atenção neste Novembro Azul, um mês que deve ir além do debate sobre diagnóstico e tratamento precoces do câncer de próstata. É preciso também estimular a conscientização dos homens para a importância de cuidar da saúde como um todo, de forma integral.

Leia também: Quais são os sintomas do câncer de próstata? Veja o que diz a Sociedade Brasileira de Urologia

Afinal, também neste ano em que os olhares estão voltados para a pandemia, muitas doenças continuam existindo e afetando a qualidade de vida de milhares de brasileiros. Esse é um aviso da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que realiza mais uma edição da campanha para informar os homens sobre saúde.

O secretário-geral da SBU, Alfredo Canalini, sublinha que o Novembro Azul realmente tem aspectos positivos que vão além do alerta para a necessidade do diagnóstico precoce do câncer de próstata. "É um processo que lentamente vem mudando o comportamento do homem em relação aos cuidados com a saúde masculina como um todo. Desde 2008, através da publicação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, o governo federal reconhece a necessidade de investir no atendimento aos homens, que têm expectativa de vida inferior à das mulheres que, desde há muito tempo, têm o hábito de rotineiramente fazer exames preventivos", diz. A SBU realiza ações educativas para a população sobre o câncer de próstata desde 2004, com ápice em 17 de novembro, Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.

"É muito importante conscientizarmos o homem sobre a necessidade de procurar um urologista. Devido à pandemia, muitos deixaram de ter acesso ao sistema público de saúde. O problema agora também é de demanda reprimida, com dificuldade para marcar consultas", ressalta o urologista Moacir Cavalcanti, presidente da SBU/Seccional Pernambuco. No Estado, a entidade prepara uma campanha nas redes sociais, com o tema Toque de Realidade. A campanha contará com a participação de médicos urologistas e de formadores de opinião, que trazem a mensagem da importância do acompanhamento da saúde dos homens. Filtros e gifs estão no Instagram (@sbu_pernambuco), e qualquer pessoa pode participar com o uso da hashtag #toquederealidade. "Apesar dos números alarmantes do câncer de próstata, mais da metade dos homens nunca se consultaram com um urologista. Precisamos mudar a mentalidade pela saúde masculina", frisa Moacir Cavalcanti.

O urologista Clovis Fraga, do Real Instituto de Urologia e Robótica, ressalta que, neste período de pandemia, percebe alguns homens se cuidando mais, diante da possibilidade de ter uma doença grave. "Cada vez mais, observo um aumento de pacientes nas consultas de rotina. São homens que reconhecem a importância da prevenção e vão às consultas mesmo sem queixas", diz Clovis Fraga. Foi o que aconteceu com o empresário Fábio Veiga (na foto acima), 52 anos, que passou a refletir sobre o autocuidado durante o cenário de covid-19. "Fui ao urologista e estou finalizando o check-up. Sempre admirei meus amigos que religiosamente vão ao médico. Agora também passei a fazer parte desse clube que se cuida", conta Fábio, que havia feito a última bateria de exames há cerca de três anos. "Vejo esta pandemia como freio de mão, que nos faz parar e pensar mais na saúde", acrescenta.

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