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Adultos de 50 a 59 anos com sintomas de covid-19 são maioria nas UTIs em Pernambuco, alerta secretário

Além disso, pacientes dessa faixa etária respondem atualmente por 20% do total de óbitos causados por complicações decorrentes da covid-19

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 27/05/2021 às 20:51
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Nas unidades de terapia intensiva (UTI) de Pernambuco voltadas a dar assistência a casos sugestivos de covid-19, 25% dos pacientes internados têm entre 50 e 59 anos. Do período de 2 a 8 deste mês, 156 pessoas dessa faixa etária ocupavam uma vaga de UTI. Duas semanas depois, entre os dias 16 e 22, o total de pacientes desse grupo subiu para 233. "A faixa etária entre 50 e 59 anos é a que tem hoje o maior número de pessoas internadas em UTI, chegando a ser 25% do total que está em terapia intensiva. Além disso, esses pacientes respondem atualmente por 20% do total de óbitos (causados por complicações decorrentes da covid-19)", disse o secretário Estadual de Saúde, André Longo, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (27).  

A fala dele sobre o alerta desse grupo de 50 a 59 em UTI veio logo após o detalhamento sobre o início da vacinação da proteção da população em geral por idade, começando com aqueles que têm 59 anos e ampliando de acordo com a disponibilidade de vacinas e o público de cada cidade. "São um grupo mais exposto e susceptível ao vírus. Com a vacinação dos idosos, estamos notando um menor adoecimento dos que têm mais de 60 anos e mais casos entre os adultos jovens. Alargando a faixa etária, vamos ampliar a proteção e salvar mais vidas."

O secretário ressaltou que se percebe atualmente uma lentidão na vacinação de alguns grupos, principalmente das pessoas com comorbidades e com deficiência. "No atual momento epidemiológico, não podemos deixar primeiras doses paradas. Isso não é prudente. Então, diante da baixa procura, e também das expectativas de chegada semanal do insumo, podemos avançar para os demais essenciais inclusos no plano e já iniciar os adultos com 59 anos."

Até o momento, já foram recebidas cerca de 590 mil vacinas para o grupo de comorbidades e pessoas com deficiência. Contudo, foram vacinados 181 mil. Para se ter uma ideia, juntando os essenciais que faltam e os adultos com 59 anos, somam-se em torno de 480 mil pessoas. "Não podemos dizer exatamente o que cada município irá implementar, já que há um cenário heterogêneo dos grupos em cada um, e a operacionalização é do gestor municipal", explicou Longo. Ele acrescentou que, de acordo com a realidade local, cada gestor poderá criar sua estratégia a partir da decisão em CIB (Comissão Intergestores Bipartite). "Esse é mais um passo responsável para imunizar o público. Mas reforço que esse avanço deve ser feito exclusivamente com doses destinadas à primeira aplicação e concomitante aos outros grupos já beneficiados. As segundas doses devem ser utilizadas apenas com essa finalidade."

Os municípios devem criar estratégias para fazer a busca ativa dos grupos já contemplados, principalmente as pessoas com comorbidades e deficiência, além das gestantes e puérperas, para garantir a proteção dessas pessoas. "A gente quer avançar, mas também precisamos cuidar dessas pessoas", disse o secretário. Também é indispensável organizar todo o processo de vacinação, para evitar aglomeração e transtorno à população. 

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