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Dispara número de pessoas com chicungunha no Recife, e aumento chega a 662% em meio à explosão de casos de covid-19

Equipes da Secretaria de Saúde do Recife estão em campo, nestes sábado (5) e domingo (6), para ações contra chicungunha, dengue e zika

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 05/06/2021 às 20:04 | Atualizado em 07/06/2021 às 10:39
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Em meio à alta da covid-19, que ainda pode permanecer em nível crítico nas próximas semanas, o Recife vivencia um aumento expressivo e preocupante de casos de arboviroses, especialmente quando considerado o volume de infecções por chicungunha nas últimas semanas. Boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), divulgado na sexta-feira (4), alerta que o total de notificações de arboviroses neste ano se encontra acima do limite máximo esperado. 

Neste ano, até 22 de maio, foram notificados 2.592 casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Recife, sendo 1.372 casos de dengue, 1.177 de chicungunha e 43 de zika. Entre eles, foram confirmados 464 casos de dengue e 724 casos de chicungunha. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, houve aumento de aproximadamente 153% dos casos notificados e de 198% dos casos confirmados. Chama ainda mais a atenção o fato de as confirmações de chicungunha terem saído de 95 no ano passado (considerando o mesmo período) para 724 este ano, o que corresponde a um aumento de 662% no número de pessoas infectadas pelo vírus. 

Ainda no Recife, segundo o boletim da Sesau, quando considerada a análise sobre transmissão ativa recente das arboviroses, os bairros que apresentam o maior número de casos prováveis são: Dois Unidos, Várzea, Linha do Tiro, Água Fria e Ibura. E o último Levantamento de Índice Rápido para
Aedes aegypti (LIRAa), realizado em maio, apresentou resultado geral no Recife de 2,7% (risco alto). Isso significa que trinta e um bairros apresentaram risco muito alto de infestação pelo mosquito. 

Neste sábado (5) e domingo (6), equipes da Secretaria de Saúde do Recife estão em campo para ações contra as arboviroses (dengue, chikungunya e zika). Ao todo, cerca de 80 profissionais de Vigilância Ambiental passão por dois mil imóveis, além de pontos estratégicos dos bairros de Jardim São Paulo e da Várzea. 

Em Jardim São Paulo, aproximadamente 40 agentes de saúde ambiental e controle de endemias (asaces) visitarão mais de mil locais, entre domicílios e pontos estratégicos da região, como borracharias e ferros-velhos. Esses locais têm grande potencial de conter criadouros de mosquito dentro da comunidade. Por isso, os agentes realizam, se necessário, eliminação de depósitos que acumulam água, aspirações de alados (mosquitos adultos) e também tratamento químico com inseticida. 

Os agentes são acompanhados de promotores da campanha Bora se Cuidar, que compartilham mensagens de alerta e orientações para a população e, a cada semana, as ações são levadas para diferentes pontos da cidade. Neste momento, a ação está com o tema “Um olho no mosquito, outro no coronavírus”, para incentivar as pessoas a não descuidarem das medidas de prevenção que evitam covid-19, dengue, zika e chikungunya.

A Várzea também conta com o trabalho de cerca de 40 profissionais de Vigilância Ambiental. Eles percorrem mais de mil imóveis ao longo deste fim de semana. Todos os locais escolhidos para as ações apresentam um maior índice de infestação do mosquito e risco de adoecimento da população, de acordo com indicadores entomológicos e epidemiológicos. 

Nas visitas, as equipes também levam orientações à população sobre como evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. É importante lembrar que os moradores da cidade devem sempre aumentar os cuidados em casa, já que 80% dos focos dos mosquitos são encontrados nas residências.

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