Lote com 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen chega ao Brasil
Imunizante é de dose única e será distribuído em breve aos estados
O avião com 1,5 milhão de doses da vacina Janssen chegou na manhã desta terça-feira (22), por volta das 9h, ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, através de uma publicação no Twitter.
O lote que chega ao País nesta terça é metade do previsto inicialmente, de 3 milhões. O imunizante - de dose única - deverá ser distribuído em breve aos estados.
As vacinas deveriam ter sido enviadas no dia 15 de junho, mas houve suspensão por parte da Janssen. O motivo do atraso não foi explicado.
Inicialmente, o imunizante tinha um prazo de validade curto, dia 27 de junho. Porém, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou o período de vencimento de três para quatro meses e meio, sob a temperatura de 2ºC a 8ºC, o que possibilita a aplicação até o mês de agosto.
Por causa do prazo de validade, o Ministério da Saúde chegou a recomendar aos estados que fizessem a distribuição apenas nas capitais, para que a aplicação das doses ocorresse de forma mais rápida e não houvesse perdas.
Distribuição em Pernambuco
No dia 14 de junho, o Governo de Pernambuco havia informado que receberia 118,6 mil doses da vacina, que seriam distribuídas para os seguintes municípios: Recife, Caruaru, Garanhuns, Serra Talhada, Arcoverde e Afogados da Ingazeira. A capital receberia cerca de 50% das doses e os outros municípios, a outra metade.
As doses seriam distribuídas da seguinte forma:
- Recife - 59.295 doses
- Caruaru - 30.935 doses
- Garanhuns - 11.765 doses
- Arcoverde - 6.770 doses
- Serra Talhada - 6.410 doses
- Afogados da Ingazeira - 3.425 doses
Apesar disto, como o País recebeu quantidade inferior ao previsto, ainda não se sabe como será a nova distribuição.
Tire suas dúvidas sobre a vacina da Janssen
Qual a origem da vacina da Janssen?
A Janssen é uma farmacêutica subsidiária da empresa Johnson & Johnson sediada em Beerse, na Bélgica. O uso emergencial da vacina da Janssen no Brasil foi aprovado pela Anvisa no dia 31 de março. Na ocasião, o governo brasileiro havia fechado um contrato para aquisição de 38 milhões de doses, previstas para chegar no último trimestre de 2021, ou seja, entre outubro e dezembro. As 3 milhões de doses previstas para chegar neste mês fazem parte de um acordo feito entre o governo brasileiro e a farmacêutica para antecipação do lote.
Quantas doses é preciso tomar para concluir a imunização?
A vacina da Janssen teve eficácia comprovada com apenas uma dose. O imunizante utiliza o adenovírus que codifica a proteína spike, uma das que compõem o vírus. Segundo a bula, uma vez retirada do congelador, a vacina fechada pode ser conservada entre 2°C e 8°C, protegida da luz, por um período único de até 3 meses, não ultrapassando o prazo de validade impresso. Uma vez descongelada, a vacina não pode voltar a ser congelada.
Qual a eficácia da vacina da Janssen?
A vacina da Janssen registrou uma eficácia global de 66%, com eficácia comprovada de 76,7% após 14 dias e 85,4% depois de 28 dias para casos graves. Na ocasião da aprovação do uso emergencial da vacina, a Anvisa informou que o imunizante se mostrou eficaz para profilaxia em adultos acima de 18 anos em uma dose única de 0,5 ml. "Temos dados de que a vacina produziu anticorpos neutralizantes e induziu respostas celulares. Também tem respostas de neutralização do SARS-CoV-2 em 14 dias após a única dose", declarou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da agência, Gustavo Mendes Lima Santos.
A vacina da Janssen tem efeitos colaterais?
A aplicação da vacina da Janssen chegou a ser suspensa nos EUA em abril após relatos de um distúrbio envolvendo coágulos sanguíneos em seis pessoas; todas eram mulheres de 18 a 48 anos. Até o momento em que a aplicação foi suspensa, em 12 de abril, mais de 6,8 milhões de doses tinham sido aplicadas.
Nestes casos, um tipo de coágulo sanguíneo chamado trombose de seios venosos cerebrais foi detectado, em combinação com baixo nível de plaquetas sanguíneas, e foram considerados pela agência reguladora dos EUA como "extremamente raros".
De acordo com pesquisadores, os problemas poderiam estar relacionados à tecnologia de "vetor viral" usada pela vacina. Ela se baseia no uso de outro vírus como suporte, que é modificado para transportar no organismo informações genéticas capazes de combater a covid.
Apesar disto, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA informou que não foi encontrada relação de causa com a vacina.