Vacina contra covid-19: hidróxido de alumínio aumenta a proteção conferida pela CoronaVac
Secretarias de Saúde de Pernambuco e do Recife frisam que a quantidade do ingrediente (hidróxido de alumínio), presente na composição da CoronaVac, não representaria prejuízo à vacinação
Após vídeos terem viralizado, nas redes sociais, ao alegarem presença de magnetismo em pessoas que receberam vacinas contra covid-19, especialistas e autoridades sanitárias deixam claro que esse conteúdo não possui respaldo científico. Recentemente, o Instituto Butantan esclareceu que os imunizantes, incluindo a CoronaVac, possuem apenas componentes necessários para gerar resposta imune e manter a qualidade do produto.
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A vacina do Butantan, em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, não apresenta componentes magnéticos em sua formulação. Segundo o instituto, o hidróxido de alumínio (substância adicionada a uma vacina para potencializar a resposta imunológica ao antígeno), componente adjuvante, é seguro, aprovado e utilizado há décadas, além de não causar problemas de saúde. Na prática, o hidróxido de alumínio é uma substância que dá o alerta ao sistema imunológico.
Em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que a quantidade do ingrediente (hidróxido de alumínio), presente na composição do imunizante, não representaria prejuízo à vacinação. "Não há notificações de evento adverso", esclarece. Além disso, a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) também frisa que não existem casos notificados de pessoas com alergia ao hidróxido de alumínio e que tenham apresentado reação adversa ao receber dose de CoronaVac ou qualquer outra vacina. A Sesau ainda acrescentou que os vacinadores não têm orientação para questionar as pessoas sobre histórico de alergia a hidróxido de alumínio.
O diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, já havia informado recentemente que materiais paramagnéticos como o alumínio fazem parte da composição do corpo humano e só podem ser influenciados magneticamente por forças muito potentes, como as usadas nos aparelhos de ressonância magnética nuclear. "Em situações cotidianas, as pessoas não se expõem a essas grandes forças magnéticas. A quantidade de alumínio existente na composição do corpo humano e a exposição diária por ingestão são muito maiores que a administrada na vacina, que não é capaz de alterar significativamente a proporção de alumínio de uma pessoa", explicou Palacios.
Vírus inativado
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), as vacinas de vírus inteiros inativados, como a CoronaVac, são feitas a partir do coronavírus inativado — ou seja, morto. A inativação é feita com o auxílio de substâncias químicas que destroem o material genético do vírus e, consequentemente, impedem a sua replicação, o que o torna incapaz de causar a doença. Esse processo, no entanto, mantém íntegra a cápsula do vírus, onde está a proteína S, responsável pela ligação e penetração em nossas células.
No organismo, o vírus vacinal é percebido como um agente estranho e desencadeia a resposta do sistema imunológico. As primeiras células envolvidas nessa resposta (células apresentadoras de antígeno) “absorvem” o vírus, o destroem em seu interior e levam a proteína S para sua superfície. Nesse momento, os chamados linfócitos T auxiliares entram em ação. Eles detectam a proteína, encaixam-se a ela e recrutam os linfócitos B, que produzirão os anticorpos específicos contra a proteína S. Os linfócitos B também são ativados pelo vírus vacinal.
Como o sistema imune “aprendeu” a se defender da proteína S, em caso de contato com o vírus, e enquanto a imunidade durar, o organismo será capaz de neutralizar o coronavírus.