Em Pernambuco, pressão da ômicron em enfermarias aumenta fila de espera por leito; mais de 200 pacientes aguardam transferência
Atualmente, no Estado, 756 pessoas estão em leito de enfermaria e 843 em UTI
Com a aceleração da ômicron, Pernambuco tem atualmente 1.599 pacientes com síndrome respiratória aguda grave (srag) internados nos leitos dedicados a essa condição. Entre o total que está internado, 843 estão em terapia intensiva (UTI) e 756 em enfermaria, segundo mostra o painel de leitos da Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco (Seplag-PE). Além disso, o Estado tem oito pacientes (três são crianças) em fila de espera por uma vaga em UTI e outros 202 aguardam transferência para um leito de enfermaria.
No atual cenário epidemiológico, em que a infecção pela variante ômicron se manifesta com menor gravidade em pessoas completamente vacinadas, as vagas de enfermaria tem sido mais solicitadas com o avançar da circulação do vírus no Estado. Para efeito de comparação, no dia 15 de janeiro, 69 pacientes estavam em fila por um leito de enfermaria; no dia 20, esse número caiu para 49. Mas no último dia 25, já se observa uma subida, com 149 pessoas em espera por esse tipo de vaga. A data coincide com o período em que Pernambuco confirma a presença da ômicron em quase todas as amostras enviadas para sequenciamento. Na última sexta-feira (28), resultados mostraram que a variante estava presente em 98% das amostras estudadas.
No Estado, 83% das 1.012 vagas de UTI estão com pacientes que recebem assistência para o quadro de srag. Já 78% das 968 enfermarias permanecem com pessoas em atendimento para a mesma condição. A diferença é que, na UTI, os quadros são mais graves e exigem acompanhamento de alta complexidade. Pelo painel da Seplag-PE, 212 leitos de enfermaria estão livres, o que leva a pensar por que há 202 pacientes em espera por vaga desse tipo.
Questionada pelo JC sobre o assunto, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a lista com solicitações de leitos é muito dinâmica e se renovando a todo momento, devido a altas médicas, óbitos e abertura de novas vagas. "Nesse sentido, a Central Estadual de Regulação de Leitos tem atendido as demandas que estão chegando, sempre levando em consideração as necessidades de cada paciente, dentro do giro diário de leitos. A SES ainda reforça que a maioria dos pacientes que aguarda vaga em leitos de enfermaria tem quadros leves; inclusive, sem necessidade de suporte de oxigênio", diz, em nota, a SES.
Em coletiva de imprensa na última quinta-feira (27), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, destacou que, desde o fim de dezembro, o Governo de Pernambuco abriu 758 leitos para pacientes com quadro respiratório, sendo 314 de UTI. Ele informou ainda que há a previsão de outras 400 vagas (216 de UTI) nas próximas semanas. "Precisamos do engajamento de toda a sociedade, incluindo das outras esferas da gestão pública. Pedimos atenção à necessidade de respeito aos protocolos e de reforço nos cuidados, com o uso correto da máscara, a lavagem das mãos e o ato de evitar aglomerações", disse. Sobre o assunto, Longo frisou a importância da vacinação. "A ômicron tem uma capacidade de transmissão muito superior a outras variantes. E, mesmo que a vacina não nos deixe livres da infecção, a doença em não vacinados tem um impacto muito pior, podendo significar hospitalização e morte. Contra a ômicron, não estar em dia com todas as doses é o mesmo de estar desprotegido”, reforçou o secretário.