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Covid-19: fevereiro começa com 222 crianças de 5 a 11 anos com diagnóstico confirmado da doença em Pernambuco

Para pediatra especialista em imunização, o número é preocupante e mostra que é fundamental acelerar a vacinação nesta faixa etária

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Cinthya Leite

Publicado em 01/02/2022 às 20:50 | Atualizado em 01/02/2022 às 20:54
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Com mais de 6 mil novos casos da covid-19 confirmados apenas nesta terça-feira (1º), Pernambuco ultrapassou a marca de 700 mil registros de pessoas infectadas pelo coronavírus desde o início da pandemia no Estado, em março de 2020. Neste auge da ômicron, o dia teve, do total de confirmações, 222 casos (3,7%) entre crianças de 5 a 11 anos — faixa etária pediátrica elegível para a vacinação contra a covid-19. Nesse universo de infecções do grupo infantil nesta terça-feira (1º), três casos evoluíram para a forma mais severa da doença: a síndrome respiratória aguda grave (srag). Os demais, 219 crianças, manifestaram sintomas leves.

"Vemos esse número com muita preocupação. Quanto mais crianças infectadas pelo coronavírus, maior é o risco de ter esse público internado em UTI (unidade de terapia intensiva). E sabemos que, em todo o Brasil, há carência de leitos pediátricos. Isso não é diferente em Pernambuco, cuja taxa de ocupação está sempre superior a 85%", diz o pediatra Eduardo Jorge da Fonseca Lima, que é representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) no Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19.

O recado que ele tem compartilhado diariamente e que faz questão de chegar às famílias pernambucanas inclui a necessidade de imunização das crianças o mais precocemente possível. "Precisamos acelerar a vacinação para essa faixa etária, de 5 a 11 anos. Temos imunizantes, Pfizer e CoronaVac, para isso", frisa o médico. Atualmente já foram aplicadas, em Pernambuco, 53.222 doses de vacinas nesse grupo, desde o dia 14 de janeiro, quando se iniciou a imunização para a faixa etária pediátrica. Esse número corresponde a apenas 4,5% da população estimada de 1.182.444 meninos e meninas de 5 a 11 anos que vivem no Estado.

"O comportamento de acometimento da ômicron na infância tem sido relatado por vários países. A questão não é que a variante tenha maior predileção por infectar crianças. O fato é que, como não estão vacinadas, elas vão aparecer num quantitativo maior entre os pacientes totais que estão internados. Por isso, neste momento de volta às aulas presenciais, o que mais pedimos é que as famílias vacinem as suas crianças", destaca Eduardo Jorge. Para os pais e responsáveis que ainda estão na dúvida sobre a eficácia e segurança dos imunizantes, que passaram por estudos criteriosos e foram aprovados por agências reguladoras, o pediatra explica que a CoronaVac e a dose da Pfizer para crianças oferece uma proteção de aproximadamente 90% contra internamento hospitalar. "Esse é o principal objetivo: vacinar para elas não evoluírem para a forma grave da covid-19 e para contribuir com a redução da circulação do vírus."

O esquema completo, de duas doses de vacina, é que vai oferecer a proteção completa. Mas, segundo Eduardo Jorge, a primeira dose já faz diferença, especialmente neste período em que as crianças passam a se socializar mais com o retorno à escola. "A primeira dose é a capa de proteção inicial que a vacina pode oferecer às crianças." O pediatra informa que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, avaliou 9 milhões de meninas e meninas, de 5 a 11 anos, imunizados com Pfizer. "Quando se comparou a incidência de eventos adversos dessa faixa etária com outras (de 12 a 19 anos e a partir de 20 anos), constatou-se que foi a que menos apresentou reações. De todos analisados, 3% tiveram eventos adversos. E desses, 95% foram leves", esclarece o médico.

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