COLUNA JC SAÚDE E BEM-ESTAR

A cor da esperança: mapa da covid totalmente em "verde" nos faz reforçar o viva à ciência

Verde é cor que, pela primeira vez em 20 meses, toma conta do mapa da covid-19 da Fiocruz. É sinal de um cenário de otimismo diante do atual momento da pandemia

Imagem do autor
Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 28/03/2022 às 17:33 | Atualizado em 28/03/2022 às 17:35
Artigo
X

De maneira simbólica, a cor verde significa esperança, saúde e vitalidade. O verde também está associado à renovação. É a cor que, pela primeira vez em 20 meses, toma conta do mapa da covid-19 da Fiocruz, que monitora os indicadores do coronavírus no Brasil. O verde sinaliza um cenário de otimismo diante do atual momento da pandemia, com taxas de ocupação em queda no que se refere a leitos públicos de terapia intensiva (UTI) para adultos com sintomas respiratórios.

Atualmente, com taxas inferiores a 60%, todos os Estados brasileiros e o Distrito Federal estão fora da zona de alerta para o indicador dos leitos. O boletim da Fiocruz é referente ao período de 6 a 19 de março.

O sentimento de esperança nos faz reforçar o viva à ciência, a todos que têm se dedicado diuturnamente à pesquisa, à assistência, ao tratamento e ao desenvolvimento das vacinas. Por sinal, não há dúvidas de que só temos esse panorama epidemiológico atualmente por causa da imunização contra covid-19. Antes da campanha de vacinação, tínhamos muitas perdas e incertezas. Com a ampliação da cobertura, a realidade começa a mudar. Os dados atuais mostram 82% da população brasileira com a primeira dose, 74% com a vacinação completa e 34% com a dose de reforço. Esta última, sim, ainda precisa de uma maior adesão. 

Mas não tem sido fácil, em meio ao negacionismo e obscurantismo, defender a ciência. Vivemos toda esta pandemia sem uma campanha oficial de esclarecimento, sem articulação da União com o Estados, sem o incentivo à vacinação por parte de autoridades. Mas, ainda assim, a ciência mostra que não se deixa demolir. Universidades, organizações não governamentais, entidades médicas e profissionais de saúde (muitos deles por iniciativas pessoais) lançaram ações próprias para prevalecer diante da negligência federal no combate à pandemia, da negação das vacinas e da teimosia para promover tratamentos contra a covid-19 sem comprovação científica.

É por isso que, se vivemos um momento mais tranquilo hoje, devemos ser gratos à ciência, ao todos que fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e a quem se mobiliza para pesquisar, compartilhar informações confiáveis e mensagens claras para a sociedade.  

A confiança em dias menos duros com a covid-19 também desponta quando se analisa a queda nos índices da covid-19 em Pernambuco. Além dos casos, óbitos e solicitações de vagas em UTI estarem em patamares baixos, o índice de positividade nos exames processados (RT-PCR) chegou a 0,95%, a menor taxa desde o início da pandemia no Estado. 

No Recife, após picos de casos e óbitos em 2020 e 2021, o cenário epidemiológico da covid-19 se modifica. Em março de 2021, foram 544 mortes por covid-19. Já março deste ano, até o dia 26, soma 11 óbitos. Isso representa uma queda de 97,9%, segundo dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (Sesau) do município. 

A esperança no futuro existe, mas a pandemia permanece. Por isso, ainda se faz necessário o uso de máscaras em locais fechados e nos espaços abertos onde se tenha aglomeração. Também há pessoas que, independentemente de decreto, ainda devem usar máscara como medida de proteção individual, como os imunossuprimidos, os que não estão vacinados contra a covid-19 ou que receberam imunização incompleta (menos de três doses, quando indicada a dose de reforço). 

Que continuemos a acreditar na ciência, que é o caminho eficiente para buscarmos respostas e selecionar medidas capazes de nos ajudar a enfrentar a pandemia.

Tags

Autor