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TOM PARKER: conheça o tipo de câncer de cérebro que atingiu o cantor

Glioblastoma é o nome do tipo de câncer que Parker tinha. Estava em grau quatro e era inoperável

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 31/03/2022 às 10:21 | Atualizado em 31/03/2022 às 10:23
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O cantor Tom Parker, da banda The Wanted, morreu nesta quarta-feira (30), aos 33 anos, devido a complicações de um câncer no cérebro. Ele foi diagnosticado com a doença no fim de 2020, quando a equipe médica deu uma expectativa de vida de até um ano e meio para o cantor. No Instagram, a esposa de Parker, Kelsey Hardwick, divulgou a notícia sobre a morte.

Glioblastoma é o nome do tipo de câncer que Parker tinha. Estava em grau quatro e era inoperável. "Os tumores malignos apresentam crescimento rápido, presença de sintomas e necessitam de tratamentos mais agressivos. Entre os tumores malignos, o glioblastoma multiforme é o que apresenta menores chances de cura, apesar do avanço do tratamento nos últimos anos", explica o médico David Pinheiro Cunha, oncologista e sócio do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia. 

Os gliomas, tumores do sistema nervoso central que surgem nas células do cérebro, são os mais frequentes e estão entre 25 a 30% dos casos. Desses, o glioblastoma (tumor maligno) corresponde à metade dos casos.

Em relação à agressividade do câncer de cérebro, há ainda os tumores benignos, que apresentam crescimento lento e podem ser acompanhados por exames de imagem periódicos ou tratados com cirurgia com altíssimas chances de cura. 

As causas do aparecimento de tumor cerebral não são conclusivas, mas podem estar atreladas a condições genéticas, traumas, uso excessivo de algumas classes de remédios e a exposição a certos tipos de substâncias químicas.

Sintomas dos tumores cerebrais 

Dor de cabeça específica, não do tipo tensional ou enxaqueca, mas leve e que surge frequentemente ao acordar pela manhã, associada a episódios de vômitos em jato, tontura, convulsões, perda de coordenação motora, perda de visão e audição, perda de força em um lado do corpo e alteração da sensibilidade em partes do corpo, estão entre os sintomas gerados pelo tumor cerebral. 

São ocorrências que se apresentam de acordo com as áreas do cérebro em que o tumor possa estar exercendo alguma ação. 

Diagnóstico e tratamento dos tumores cerebrais 

A partir dos sintomas já relatados, o médico especialista precisará de exames de imagem para a investigação das áreas do cérebro, procurando por massas. Os mais comuns são a ressonância magnética, a neuronavegação e a biópsia cerebral pela técnica de estereotaxia. 

Essas últimas, inclusive, já podem fazer parte do tratamento, pois ajudam a guiar o neurocirurgião na localização, coleta de material, ressecção ou inserção de agente radioativo para a redução/eliminação do tumor. 

A neuronavegação se utiliza de exames de imagens do paciente, como tomografia computadorizada ou a própria ressonância magnética, acoplados em softwares de computador que orientam o local exato por onde o médico poderá explorar e intervir. Dessa forma, evita-se lesões em áreas responsáveis por funções essenciais do paciente, como fala, movimento, cognição e afins. 

“O sucesso do tratamento dependerá do tipo e localização do tumor, bem como da possibilidade de eliminá-lo por completo de forma segura. Ou seja, sem a necessidade de interferência em estruturas que possam incapacitar o paciente em suas funções”, explica o neurocirurgião funcional Claudio Corrêa, mestre pela Universidade Federal de São Paulo (USP). 

Nos quadros em que não é possível fazer a remoção total do tumor, ele poderá ser reduzido e ter a complementação do tratamento pelas medicações convencionais da oncologia. E mesmo na impossibilidade de cura, é viável ampliar a sobrevida e o bem-estar do paciente.

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