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Dia de conscientização sobre o autismo: veja atividades que serão realizadas no Recife

A Somar Special Care e o Grupo Centro Especializado em Apoio Multidisciplinar promovem ações alusivas ao tema

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Cinthya Leite

Publicado em 01/04/2022 às 16:06 | Atualizado em 01/04/2022 às 16:14
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Neste sábado (2), serão realizadas ações em homenagem ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo. O transtorno, que gera dúvidas sobre causas, diagnóstico e tratamento, atinge cerca de 70 milhões de pessoas no mundo.

Para levar conhecimento à população sobre o transtorno do espectro autista, a Somar Special Care organizou uma programação em vários pontos da cidade e com acesso gratuito. Durante a manhã do sábado (2), serão realizadas atividades no Parque da Jaqueira, Zona Norte do Recife; no Parque Dona Lindu, Zona Sul da capital; e na orla de Olinda. À tarde, haverá a palestra Universo do Autismo, na Livraria Jaqueira do Bairro do Recife.

Em seguida, está programada uma caminhada até o Marco Zero, com maracatu e panfletagem de orientação à população.

O neurocientista Victor Eustáquio, sócio-fundador da Somar Special Care, lembra que o autismo é conhecido cientificamente como transtorno do espectro autista e que se trata de um distúrbio no desenvolvimento neurológico da criança, que gera alterações na comunicação, além de dificuldade de interação social.

"A gente só diminui o preconceito com informação. Então, quanto mais as pessoas entenderem o que é o autismo, mais integradas as pessoas com o transtorno estarão à sociedade", diz Victor.

A Somar programou ainda evento online de 4 a 8 de abril. A transmissão será pelo canal do YouTube e Instagram (@autismosomar), das 19h às 21h.

Bicicletada 

Também para marcar este mês de conscientização sobre o autismo, o Grupo Centro Especializado em Apoio Multidisciplinar (Ceam) realiza a 2ª edição da Jornada do Autismo, que visa discutir a inclusão das pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). O evento termina neste sábado (2) com uma biciletada do Cabangá ao Marco Zero, área central do Recife, às 9h da manhã.

"A nossa jornada foi pensada para alcançar diversos públicos com temas específicos para: professores, pais e cuidadores, e profissionais vinculados a ONGs. Queremos discutir a inclusão das pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), além de trazer uma série de assuntos desse universo. Esses cuidados que envolvem pais, profissionais de saúde, educadores pedagógicos e toda a rede que apoia os autistas", diz o diretor do Ceam, Ítalo Gomes.

"Queremos mobilizar a população para reforçar esse cuidado. A conscientização passa pela inclusão. Estamos aguardando pessoas que tenham transtorno do espectro autista, seus familiares, além de pessoas que simpatizam com a causa", afirma a diretora do grupo, Anne Karenine. 

Nesta segunda-feira (4) 

O Centro Universitário UniFBV|Wyden promove nesta segunda-feira (4), das 18h30 às 22h, um evento voltado para o transtorno do espectro autista, com foco na enfermagem. O evento, aberto ao público e gratuito, será realizado no auditório do UniFBV.

A coordenadora do curso de enfermagem, Nadynne Pastoriza, acredita que a enfermagem é uma profissão que precisa olhar o paciente de forma abrangente e, por isso, é importante falar sobre o autismo. "Precisamos abordar o tema desde a academia (graduação) para facilitar a inclusão e o atendimento humanizado. A enfermagem pode acolher as pessoas com autismo realizando um acolhimento do paciente com a família, escuta ativa, compreensiva e clínica."

As palestrantes confirmadas são a pedagoga Nágila Dolores da Silva Fonsêca, a enfermeira Silvana Monteiro e as mães de pessoas com autismo Alcione de Andrade Lima e Rebeca Moreira Da Silva Torres. A inscrição para assistir à palestra deve ser feita pelo link: www.even3.com.br/oodepoa2022.

Sobre o autismo 

O transtorno do espectro autista é caracterizado por dificuldades no desenvolvimento neurológico, que afetam diretamente três pilares: a comunicação, a interação social e o comportamento do paciente. Por ser bastante heterogêneo, o distúrbio tem diferentes níveis, desde o grau mais leve, moderado e grave.

Normalmente, os primeiros sinais do transtorno do espectro autista aparecem na infância, pois a criança apresenta dificuldades na fala e na expressão de pensamentos. Há casos em que ela utiliza muitos jargões, desenvolve repetições demasiadas e discursos descontextualizados ou simplesmente não fala.

"Na maioria das vezes, a grande motivação dos pais ao levarem a criança até o consultório médico é justamente por conta do atraso na linguagem. Eles percebem essa dificuldade e alegam que ela não responde aos chamados. O nosso papel é entender as circunstâncias para diagnosticar da maneira correta", relata o neuropediatra Paulo Scatulin Gerritsen Plaggert, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Dados do Center of Diseases Control and Prevention (CDC), ligado ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos, indicam que uma em cada 100 crianças convive com o autismo. Mundialmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 milhões de pessoas têm algum espectro do transtorno.

"Após o diagnóstico, o tratamento com fonoaudiólogo é fundamental para auxiliar nestas questões. Os pais também podem ajudar no dia a dia descrevendo com detalhes tudo o que solicitar a criança, contando história, fazendo perguntas e iniciando diálogos", complementa a fonoaudióloga do Hospital São Camilo Jackeline Pillon.

A pessoa com autismo pode apresentar comportamentos repetitivos, apego à rotina, dificuldade em lidar com situações novas, interesse por assuntos específicos e grande tendência ao isolamento social.

Para trabalhar essas vertentes, a psicóloga do Hospital São Camilo Emília de Azevedo destaca a importância do acompanhamento psicológico e da terapia. "A psicologia pode contribuir tanto na fase de diagnóstico como no acompanhamento do paciente. Com o tratamento, é possível orientar ele e a família no desenvolvimento de habilidades sociais e auxiliar no ajuste emocional diante da rotina do dia a dia, melhorando, assim, o enfrentamento diante das frustrações, raiva, medos, impulsividade e outros sentimentos."

Além do auxílio de médicos, fonoaudiólogos e terapeutas, entre outros profissionais, é fundamental o apoio da família para que o paciente possa atingir um melhor desenvolvimento.

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